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Tensão Militar dos EUA Próxima à Venezuela

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O destacamento de três navios de guerra dos Estados Unidos perto da costa da Venezuela reacende antigos rumores de uma possível intervenção militar para destituir Nicolás Maduro, que responde com a mobilização de tropas.

Três destróieres lança-mísseis irão se posicionar em águas internacionais em frente às costas venezuelanas.

“O que ameaçam tentar fazer contra a Venezuela – uma mudança de regime, um golpe terrorista militar – é imoral, criminoso e ilegal”, declarou Maduro nesta sexta-feira (22) durante um evento no Parlamento com deputados.

A presença das forças americanas na região representa um novo golpe às relações entre os dois países, já tensas desde o início do chavismo há 26 anos.

Posicionamentos de Trump e Maduro

O governo do presidente Donald Trump afirma que a mobilização militar no mar do Caribe tem como objetivo combater o narcotráfico e impedir o ingresso de drogas em território americano.

Além dos navios, a mídia americana informou sobre um plano para enviar 4 mil fuzileiros navais para a região.

Trump está pronto para usar todos os meios do poder americano para impedir a entrada de drogas e levar os responsáveis à justiça”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ao comentar sobre a possível mobilização militar. “O governo de Maduro não é legítimo, é um cartel do narcoterrorismo”.

Os Estados Unidos acusam Maduro de liderar uma quadrilha de narcotráfico chamada Cartel de los Soles, que Trump classificou como organização terrorista.

Washington oferece uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações para a captura de Maduro, que, por sua vez, fala de uma luta de “Davi contra Golias”.

O governante convocou o alistamento na Milícia Bolivariana, uma organização vinculada às Forças Armadas formada por civis.

Maduro já havia anunciado um plano de segurança com 4,5 milhões de milicianos, um número difícil de confirmar.

“Ele não conseguiu 4,5 milhões de votos na eleição presidencial, como teria 4,5 milhões de milicianos?”, questionou o analista político Edward Rodríguez, que trabalhou com a oposição. Ele se refere à reeleição de Maduro para um terceiro mandato consecutivo, que a oposição e os EUA consideraram fraudulenta.

Existe Chance de Invasão?

Os Estados Unidos já fizeram operações no Caribe anteriormente. Desta vez, a ação coincide com o aumento da recompensa pela captura do líder venezuelano. O tema domina o debate na Venezuela, entre humor e preocupação.

“Aproveitem antes que os americanos cheguem. É a última ceia!”, brinca um cliente em um restaurante em Caracas.

“Se não trabalharmos, não comemos”, disse Wendy Ramirez, de 35 anos, que trabalha em uma biblioteca infantil. “Se ficarmos esperando pelos americanos, não levo comida para casa”.

“Nós somos corajosos, fortes (…) e como filhos de Bolívar vamos reagir”, indicou Gloria Hernández, de 70 anos.

O especialista em geopolítica Mariano de Alba, baseado em Londres, considera uma invasão “pouco provável”. “Pode ser uma ação psicológica para aumentar a pressão”.

“Se o governo Trump realmente quisesse mudar o regime”, apostaria em uma “ação surpresa”, disse De Alba, que também destacou que uma invasão complicaria a posição americana na guerra da Ucrânia.

Rodríguez fez comparações inevitáveis com essa situação. “Lembre das imagens do ex-ditador panamenho Manuel Noriega desafiando os Estados Unidos e depois preso”, afirmou.

Os Alvos das Declarações

De Alba vê um benefício político para Maduro, que frequentemente culpa os Estados Unidos pela crise econômica que dura mais de uma década.

Há um esforço na mídia para mostrar que o governo está sob cerco, gerando maior união interna.

Também há condições para novas purgas dentro do chavismo, nas Forças Armadas e prisões de opositores.

Trump tenta mostrar firmeza para sua base, enquanto De Alba e Rodríguez concordam que esta situação ajuda a revitalizar a oposição liderada por María Corina Machado.

O mais importante é que o tema Venezuela voltou a ganhar destaque na Casa Branca, especialmente no gabinete presidencial.

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