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Martín Vizcarra, ex-presidente do Peru, será transferido para prisão comum

A autoridade penitenciária do Peru anunciou nesta sexta-feira (22) que o ex-presidente Martín Vizcarra será transferido de uma prisão destinada a ex-governantes para uma prisão comum. Ele deverá cumprir cinco meses de prisão preventiva por um caso de suposta corrupção que remonta ao seu período como governador.
Martín Vizcarra, que governou o Peru entre 2018 e 2020, estava detido desde 14 de agosto em uma pequena prisão localizada dentro de uma base policial a leste de Lima, local onde também se encontram os ex-presidentes Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Castillo.
O Instituto Nacional Penitenciário (INPE), responsável pela decisão, anunciou por meio de sua conta na rede social X que ele será transferido para o Estabelecimento Penitenciário Ancón II.
Uma junta técnica do INPE, vinculado ao Ministério da Justiça, avaliou qual seria a prisão adequada para Vizcarra, sem divulgar detalhes até o momento.
A defesa do ex-presidente manifestou sua insatisfação. O advogado Alejandro Salas declarou no X que o presidente do INPE e seu comitê classificatório deveriam enfrentar acusações por abuso de autoridade, e que tal denúncia será acompanhada contra todos os responsáveis.
Salas classificou a medida como uma perseguição política e um tipo de tortura psicológica contra seu cliente.
Martín Vizcarra, atualmente com 62 anos, foi enviado à prisão preventiva após decisão judicial fundamentada no risco processual e possibilidade de fuga.
Ele sempre afirmou sua inocência e respondia em liberdade pelo julgamento relacionado a atos praticados durante seu mandato como governador entre 2011 e 2014.
As autoridades o acusam de aceitar subornos no valor de 2,3 milhões de soles (equivalente a 3,5 milhões de reais) de empresas de construção civil, em troca da concessão de contratos para obras públicas em Moquegua, região costeira do sul peruano.
A Defensoria Pública havia solicitado na quinta-feira que o INPE evitasse transferir Vizcarra para outra prisão, alegando questões de segurança pela sua condição de ex-presidente.
Martín Vizcarra foi vice-presidente durante a gestão de Pedro Pablo Kuczynski e assumiu a presidência após a renúncia deste, provocada pelo escândalo de corrupção envolvendo a empresa brasileira Odebrecht.
Durante seu governo, em 2019, Vizcarra dissolveu o Congresso e convocou eleições legislativas antecipadas. Em novembro de 2020, o novo parlamento decidiu por sua destituição, o que gerou grandes protestos populares que resultaram em duas mortes entre os manifestantes.

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