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França chama embaixador dos EUA por críticas sobre antissemitismo

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A França convocou nesta segunda-feira (25) o embaixador dos Estados Unidos no país, Charles Kushner, em resposta a declarações consideradas “inaceitáveis” sobre o presidente francês, que o diplomata acusou de não agir adequadamente contra o antissemitismo.

Em uma carta dirigida ao presidente francês, obtida pela AFP no domingo, o embaixador manifestou sua “grande preocupação com o aumento do antissemitismo na França e a insuficiência das medidas governamentais para combatê-lo”.

O Ministério das Relações Exteriores da França declarou no domingo que “as alegações feitas pelo embaixador são inaceitáveis” e contrariavam o direito internacional, especialmente o dever de não intervenção nos assuntos internos dos países conforme previsto na Convenção de Viena de 1961, que regula as relações diplomáticas.

A carta foi divulgada após críticas de Netanyahu ao presidente francês, acusando-o de “alimentar o antissemitismo” ao solicitar o reconhecimento internacional do Estado palestino.

Datada da última segunda-feira (18), a carta do embaixador seguiu argumentos semelhantes aos do líder israelense. Ele afirmou que “declarações que difamam Israel e ações que reconhecem um Estado palestino encorajam extremistas, fomentam violência e colocam em risco a comunidade judaica na França”.

Charles Kushner, pai do genro do ex-presidente Donald Trump, Jared Kushner, destacou que “não passa um dia sem que judeus sejam atacados nas ruas, com sinagogas, escolas e negócios judaicos sofrendo danos”.

Os Estados Unidos apoiaram o posicionamento de seu diplomata. Tommy Pigott, porta-voz do Departamento de Estado, declarou: “Apoiamos as afirmações do embaixador”.

Em julho, o presidente Macron anunciou que a França deverá reconhecer o Estado palestino durante a Assembleia Geral da ONU de setembro.

Os atos antissemitas no país aumentaram desde o início do conflito atual na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas a Israel.

A ministra da Igualdade francesa, Aurore Bergé, defendeu as ações do governo nesta segunda-feira, afirmando que “o governo está firmemente comprometido no combate ao antissemitismo”.

O Ministério das Relações Exteriores da França e a embaixada dos Estados Unidos foram contatados, mas não confirmaram se o embaixador foi recebido em audiência até o momento.

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