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Sócio de fiscal do caso Ultrafarma tem R$ 47 mi em rubis

A declaração de bens de um dos presos em uma operação sobre possíveis fraudes em créditos do ICMS em São Paulo revelou uma grande quantia em pedras preciosas e joias: R$ 47 milhões em rubis.
O empresário Celso Eder Gonzaga Araújo, suspeito de lavagem de dinheiro ao atuar junto com o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, teria acumulado essa fortuna. Artur é acusado de receber R$ 1 bilhão em propina para manipular o esquema dentro da Secretaria Estadual da Fazenda. Outros principais investigados na operação são o dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o diretor da Fast Shop, Mário Otávio Gomes.
Celso Araújo foi preso em Alphaville, região metropolitana de São Paulo, no dia 12 deste mês. Em sua residência, foram encontrados pacotes de esmeraldas, além de R$ 1,2 milhão em dinheiro, R$ 200 mil em criptomoedas, US$ 10.700, relógios avaliados em R$ 8 milhões e 1.590 euros.
Segundo documentos anexados à investigação, o patrimônio de Celso Araújo é estimado em R$ 180 milhões. Entre os bens, há sacos lacrados com 188 quilos de coríndons de rubi bruto. Além disso, há outras pedras como quartzo, esmeraldas e rubis avaliadas em R$ 2 milhões, um relógio Mont Blanc de ouro maciço e ponteiros de diamante, avaliado em R$ 700 mil, e um conjunto de joias de brilhantes estimado em R$ 650 mil. Entre os bens imóveis, destaca-se uma fazenda na Chapada dos Guimarães (MT) avaliada em R$ 17 milhões, além de um prédio em Alphaville.
Celso Araújo foi peça fundamental para a investigação do Ministério Público de São Paulo identificar a fraude fiscal, após ter sido alvo de outra operação por estelionato em Mato Grosso do Sul. Na apuração, foi revelada a empresa Smart Tax Consultoria, cujo sócio é Kimio Mizukami da Silva, mãe do fiscal Artur Gomes da Silva Neto. Ela e sua empresa transferiram cerca de R$ 16,7 milhões para Celso e sua esposa entre 2022 e 2024.
A empresa supostamente utilizada para lavar dinheiro, Dac Meio de Pagamento, tem capital declarado de R$ 3,4 bilhões, baseado em documentos questionáveis e um banco que não existe mais.
A defesa de Celso Araújo tenta reverter sua prisão, alegando que ele cooperou com as investigações e apresentando notas fiscais dos bens apreendidos, além de questões de saúde e família. O Ministério Público, porém, sustenta que ele e a esposa continuam envolvidos nas operações ilegais, mesmo que estejam sob medidas cautelares.
Detalhes do esquema
O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021 para manipular processos que facilitavam a obtenção irregular de créditos fiscais para empresas como Ultrafarma e Fast Shop.
A empresa Smart Tax, registrada no nome da mãe do fiscal, apresentou um crescimento patrimonial significativo, passando de R$ 411 mil para R$ 2 bilhões entre 2023 e 2025.
Os créditos fiscais irregulares foram vendidos para outras empresas, incluindo a Rede Nos e a Kalunga, e o Ministério Público investiga se esses compradores tinham conhecimento da origem fraudulenta dos créditos.
Em 12 de agosto, os diretores dessas empresas foram presos temporariamente. Ainda esta semana, o governador Tarcísio de Freitas revogou um decreto que facilitava o ressarcimento de ICMS, uma medida que poderia ter contribuído para o esquema ao reduzir o número de servidores envolvidos na fiscalização.

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