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1 em cada 4 pessoas não tem água potável segura, alerta ONU

Mais de dois bilhões de indivíduos ao redor do mundo ainda carecem de acesso a água potável de qualidade garantida, conforme relatado pela ONU nesta terça-feira (26). O avanço em direção a uma cobertura universal permanece lento e preocupante.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), aproximadamente 25% da população mundial não teve acesso seguro à água potável em 2023. Além disso, mais de 100 milhões de pessoas ainda dependem da água retirada diretamente de fontes superficiais como rios, lagos e canais.
O relatório ressalta que a demora em melhorar os serviços de Água, Saneamento e Higiene (WASH) coloca bilhões em risco, aumentando a vulnerabilidade a diversas doenças. A meta de alcançar acesso universal até 2030 parece cada vez mais distante, segundo os autores do estudo.
Rüdiger Krech, diretor de Meio Ambiente e Mudança Climática na OMS, afirmou: “Água, saneamento e higiene são direitos humanos essenciais, não privilégios. Precisamos acelerar os esforços, especialmente para as comunidades marginalizadas”.
O estudo avalia cinco níveis de acesso à água potável, do mais seguro ao menos protegido, incluindo gestão segura, acesso básico, limitado, não melhorado e água superficial.
Desde 2015, houve progresso, com 961 milhões de pessoas adquirindo acesso seguro, elevando a cobertura global de 68% para 74%. Entretanto, aproximadamente 2,1 bilhões continuam sem acesso confiável, sendo que 106 milhões utilizam água superficial.
Embora alguns países tenham eliminado o uso de águas superficiais, ainda existem 28 países, principalmente na África, onde 25% da população não conta com serviços básicos de água potável. Já no saneamento, houve avanços importantes, com 1,2 bilhão de pessoas ganhando acesso a instalações geridas de forma segura.
O número de pessoas que precisam recorrer à defecação ao ar livre diminuiu, porém ainda são 354 milhões globalmente. Serviços básicos de higiene, como locais para lavar as mãos com água e sabão, alcançaram 80% da população mundial.
Cecilia Scharp, diretora do programa WASH no Unicef, destacou: “A falta de acesso à água potável, saneamento e higiene coloca em risco a saúde, a educação e o futuro das crianças. As desigualdades são especialmente severas para meninas, que muitas vezes enfrentam dificuldades extras, como durante o período menstrual.”
Apesar dos progressos, a promessa de assegurar acesso universal a água potável e saneamento para todas as crianças parece estar cada vez mais distante, refletindo a necessidade urgente de intensificar as ações globais.

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