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Irã pede que Europa faça escolha correta após negociações sobre sanções
O Irã pediu às potências europeias e ao Conselho de Segurança da ONU que façam a escolha correta após novas negociações realizadas nesta terça-feira (26), em Genebra, destinadas a impedir a reativação das sanções internacionais previstas no acordo nuclear de 2015.
“Já é tempo de que o E3 (Alemanha, França e Reino Unido) e o Conselho de Segurança das Nações Unidas tomem a decisão certa e deem oportunidade e espaço para a diplomacia”, declarou no X o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Kazem Qaribabadi, que participou das negociações.
“Foi acordado que os contatos entre as partes continuarão nos próximos dias”, disse, por sua vez, o porta-voz da Chancelaria iraniana, Esmail Baqai, à televisão estatal.
Os três países europeus – conhecidos como E3 na linguagem diplomática – ameaçam ativar no outono do hemisfério norte o mecanismo automático de restabelecimento das sanções internacionais (“snapback”) contra o Irã, previsto no acordo nuclear iraniano de 2015, caso não se alcance uma solução negociada.
Esse acordo, denominado JCPOA, estabelecia restrições significativas ao programa nuclear iraniano em troca da suspensão progressiva das sanções da ONU.
“Nossa prioridade é evitar qualquer ação ou incidente que possa custar muito ao país”, afirmou o porta-voz da Chancelaria durante uma coletiva de imprensa semanal, antes das negociações em Genebra.
No fim de julho, os europeus retomaram os diálogos com Teerã sobre seu programa nuclear em uma reunião em Istambul, a primeira após o conflito de 12 dias entre Israel e Irã, provocado em 13 de junho por um ataque israelense a instalações nucleares e militares iranianas.
As potências ocidentais expressam receio que o Irã desenvolva uma arma atômica, algo que as autoridades iranianas negam.
Os Estados Unidos saíram unilateralmente do JCPOA em 2018 e reimpuseram suas sanções, mas os membros do E3 reafirmaram seu compromisso com o acordo de 2015 e sua vontade de manter os intercâmbios comerciais com o Irã.
Assim, as sanções da ONU e dos países europeus não foram restabelecidas.
Entretanto, os europeus acusam Teerã de não cumprir seus compromissos e ameaçam restabelecer as sanções antes do vencimento, em outubro, de uma cláusula do acordo que o permite.
Propuseram ao Irã estender esse prazo para que a República Islâmica retome os diálogos com Washington e restaure sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
“Não permitiremos que essa questão seja usada como um instrumento de guerra psicológica contra nossos cidadãos”, alertou Esmail Baqai.
Na sexta-feira, o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, destacou que as potências europeias não têm autoridade jurídica nem moral para ativar o mecanismo de “snapback”.

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