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Vieira afirma que Brasil não negociará interferência judicial com EUA

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta terça-feira (26) que o Brasil não aceitará negociações com os Estados Unidos que envolvam interferência judicial em assuntos internos do país. A declaração foi feita em resposta às tarifas elevadas impostas pelos EUA ao Brasil e ocorreu durante um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que contou com a presença de representantes de grandes empresas americanas, como Boeing, Salesforce e AWS, e brasileiras, como JBS e Embraer.

“Não existe possibilidade de qualquer acordo entre os dois países que envolva interferência judicial. Continuaremos resistindo a essas pressões, enquanto insistimos no respeito às nossas instituições e soberania”, afirmou o ministro durante o encontro intitulado ‘O Novo Cenário Global e o Papel do Setor Privado Nas Relações Brasil-EUA’.

Vieira destacou que a tarifa de 50% aplicada a uma grande parte dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos é inédita em mais de dois séculos de relação entre as nações e foi instituída como reação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Trata-se de uma medida adotada por motivos políticos relacionados ao processo contra o ex-presidente e seus principais colaboradores por tentativa de violação do Estado Democrático de Direito. Essa é uma questão interna e soberana do Brasil, conduzida pelo poder judiciário, e o poder executivo não pode intervir,” explicou Vieira.

O ministério ressaltou que, apesar da firmeza, o Brasil mantém disposição para o diálogo com os Estados Unidos e atua em diversas frentes para superar as barreiras tarifárias impostas.

“Iniciamos conversas com outros países afetados pelas tarifas americanas. Recentemente, o presidente Lula manteve contatos com líderes da Índia, China, México e França, entre outros.”

Vieira mencionou ainda o interesse do Brasil em promover uma reforma profunda na Organização Mundial do Comércio (OMC) para modernizá-la e torná-la mais flexível. Sublinhou que nas relações com os Estados Unidos, é essencial separar as questões comerciais das políticas para resolver as divergências atuais de forma satisfatória.

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