Padre condenado a 26 anos por abusar de coroinha em São Paulo

Padre Antônio de Souza Carvalho foi sentenciado a 26 anos e oito meses de prisão por estuprar um coroinha em Penapólis, interior de São Paulo. Os abusos, no mínimo dez vezes, ocorreram entre 2009 e 2014, começando quando a vítima tinha 13 anos. O padre ainda aguarda em liberdade, podendo recorrer da decisão.

A sentença, emitida pela 1ª Vara da comarca de Penapólis na última sexta-feira (22/8), relata que a família da vítima passou a frequente a Paróquia Sagrada Família após se mudar da zona rural para a área urbana da cidade. O adolescente começou a atuar como coroinha na igreja, momento em que os abusos tiveram início.

No trajeto até as missas, o padre Antônio de Souza Carvalho tocava e beijava o menor de forma abusiva. Em uma ocasião, durante uma viagem a Limeira, quando ambos compartilharam o mesmo quarto, os abusos continuaram.

A vítima revelou que não denunciava os fatos anteriormente por ver o sacerdote como uma figura sagrada. Somente em 2023, já maior de idade, teve coragem para contar o ocorrido à família e à igreja.

Durante o processo policial, Padre Antônio permaneceu em silêncio. Na audiência, negou todas as acusações, alegando que seus gestos eram apenas demonstrações de carinho. Segundo os autos, ele afirmou sempre ter sido um padre muito afetuoso na comunidade.

A Diocese de Lins, responsável pela paróquia em Penapólis, comunicou que tomou conhecimento da condenação recentemente e afastou o padre de suas funções. A instituição informou ter adotado as medidas canônicas e pastorais adequadas e comunicado o caso ao Dicastério para a Doutrina da Fé, em Roma, que instaurou um processo penal administrativo em andamento.

A defesa de Padre Antônio de Souza Carvalho não foi localizada para comentar o caso, e o espaço segue aberto para manifestações.