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Israel intensifica ações próximo a Gaza

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O Exército de Israel intensificou nesta quarta-feira (27) as operações ao redor da Faixa de Gaza, enquanto o presidente Donald Trump discutia na Casa Branca os planos para a fase pós-conflito no território palestino.

Após quase dois anos de ofensiva na região, Trump participou de uma reunião política sobre o conflito, informou um representante americano. O encontro tinha sido anunciado pelo enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, como uma importante discussão sobre o futuro da área palestina. Meses antes, Trump sugeriu a remoção da população de Gaza para viabilizar projetos imobiliários.

Detlhes da reunião não foram divulgados, mas segundo a BBC e o site americano Axios, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, enviado internacional para o Oriente Médio entre 2007 e 2015, participou do encontro. Também esteve presente Jared Kushner, genro de Trump.

O governo israelense enfrenta pressões internas e externas para encerrar a ofensiva que tem gerado uma crise humanitária grave, com uma situação de fome generalizada na região, segundo a ONU. As partes esperam uma resposta de Israel a uma proposta de cessar-fogo já aceita pelo Hamas.

No terreno, a Defesa Civil da Faixa de Gaza informou que os ataques israelenses de hoje resultaram na morte de 38 pessoas, incluindo 16 em Gaza, números difíceis de verificar devido à limitação de acesso.

O Exército israelense, preparando-se para tomar o controle de Gaza, declarou que suas tropas atuam nos arredores da cidade com o objetivo de desarmar a infraestrutura considerada terrorista. As forças militares veem a evacuação dessa área como inevitável.

Moradores da região de Zeitoun relataram bombardeios intensos durante a noite. Tala al-Khatib, de 29 anos, relatou por telefone as destruições causadas e o clima de medo constante, enquanto Abdel Hamid al Sayfi, 62 anos, afirmou que evita sair de casa devido aos ataques de drones. Imagens mostram uma grande coluna de fumaça após os bombardeios aéreos.

O governo israelense rejeitou um relatório da Classificação Integrada da Segurança Alimentar (IPC), órgão apoiado pela ONU, que declarou oficialmente situação de fome na Faixa de Gaza em 22 de agosto, atribuindo-a à obstrução sistemática da ajuda por parte de Israel ao longo de mais de 22 meses de conflito.

Eden Bar Tal, diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, exigiu uma retratação imediata do IPC, acusando o órgão de politização.

Além da ofensiva em Gaza, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conduz negociações para garantir a libertação de todos os reféns ainda mantidos pelo Hamas. Das 251 pessoas sequestradas em outubro de 2023, 49 continuam em Gaza, com 27 delas, segundo o Exército, provavelmente falecidas.

O Catar, importante mediador, informou que ainda aguarda uma posição de Israel sobre a proposta de cessar-fogo que prevê a liberação gradual dos reféns em troca da liberdade de palestinos detidos, durante uma trégua inicial de 60 dias.

Esta semana, Steve Witkoff acusou o Hamas de retardar as negociações, mas o comitê político do grupo islâmico negou a acusação, afirmando que o enviado norte-americano reproduz as declarações de Netanyahu e seu governo, que classificaram de criminosos de guerra.

O ataque inicial do Hamas que desencadeou o conflito resultou na morte de 1.219 pessoas, a maioria civis, conforme levantamento da AFP com base em dados israelenses.

A resposta militar de Israel causou a morte de pelo menos 62.895 palestinos, em sua maioria civis, segundo dados da autoridade de saúde de Gaza, reconhecidos pela ONU como confiáveis.

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