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Grande ataque russo em Kiev deixa 14 mortos

Pelo menos 14 pessoas, entre elas três crianças, perderam a vida em Kiev devido a um dos maiores ataques aéreos da Rússia contra a Ucrânia desde o início do conflito, segundo informações das autoridades locais e do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Ele acusou Moscou de preferir “continuar causando mortes” ao invés de buscar um acordo de paz.
Os esforços diplomáticos ganharam ritmo recentemente com o incentivo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas não resultaram em avanços concretos, enquanto a Rússia aumentou a intensidade dos bombardeios sobre a Ucrânia.
Na manhã desta quinta-feira, equipes de socorro e moradores trabalhavam para remover os destroços do centro de Kiev após os ataques.
Os socorristas encontraram o corpo de uma pessoa coberta por poeira e vestindo pijama em meio aos escombros de um edifício, que foi colocado em um saco plástico preto.
O ataque com drones e mísseis causou pelo menos 14 mortes, incluindo três crianças, conforme informado pelos serviços de emergência.
O Ministério da Defesa da Rússia declarou que o ataque teve como alvo “empresas do setor militar-industrial e bases aéreas militares ucranianas”.
O Exército da Ucrânia comunicou que a Rússia lançou 598 drones e 31 mísseis, incluindo dois supersônicos Kinzhal, constituindo o segundo maior ataque aéreo ao país desde o início da invasão em fevereiro de 2022.
Descrito como “massacre intencional de civis”
Correspondentes da AFP ouviram fortes explosões, testemunharam a queda de um míssil e ouviram drones sobrevoando a cidade, enquanto os moradores buscavam abrigo em estações de metrô e bunkers, alguns acompanhados por seus animais de estimação.
Uma escola e um centro comercial também foram atingidos.
O edifício da missão da União Europeia (UE) em Kiev foi danificado pelo ataque, segundo o presidente do Conselho Europeu, António Costa, que afirmou que o bloco europeu “não será intimidado” pela Rússia.
O escritório do British Council na capital ucraniana também sofreu graves danos, conforme divulgado pela instituição em sua página no Facebook.
Os governos da França e do Reino Unido condenaram o ataque russo.
“Putin está matando crianças e civis, destruindo as esperanças de paz. Este banho de sangue precisa acabar”, declarou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
“629 mísseis e drones usados contra a Ucrânia em uma noite. Essa é a verdadeira vontade de paz da Rússia: terror e barbárie”, afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron.
Zelensky chamou o ataque de um “massacre horrível e intencional de civis” e declarou nas redes sociais que “os russos não estão escolhendo encerrar a guerra, mas sim continuar atacando”.
“Devido à rejeição do cessar-fogo e aos constantes esforços da Rússia para evitar negociações, são necessárias sanções mais severas”, acrescentou Zelensky, citando especialmente aliados da Rússia, como China e Hungria.
O ataque contra Kiev acontece após três anos e meio de invasão russa e com negociações de paz estagnadas, apesar das pressões dos Estados Unidos.
O Kremlin declarou nesta quinta-feira que a Rússia “permanece interessada” nas negociações de paz com a Ucrânia, mas continuará atacando enquanto não atingir seus “objetivos”.
“As Forças Armadas russas estão cumprindo sua missão, atacando alvos militares e paramilitares”, afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. “Ao mesmo tempo, a Rússia quer seguir adiante no processo de negociação para alcançar seus objetivos por vias políticas e diplomáticas”, acrescentou.
No dia anterior aos bombardeios, a Rússia descartou a possibilidade de um encontro próximo entre Zelensky e o presidente russo, Vladimir Putin.
Kiev acredita que essa reunião é essencial para quebrar o impasse em relação ao fim do conflito.

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