Economia
Haddad: operações atingem núcleo do crime organizado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 28, que as três grandes operações realizadas na manhã de hoje em 10 estados conseguiram alcançar o centro do sistema do crime organizado.
De acordo com o ministro, para combater essas organizações é necessária uma resposta igualmente estruturada e coordenada entre vários agentes públicos.
“São muitas etapas que precisam ser desvendadas para atingir o patrimônio do crime organizado, pois sem isso é muito difícil vencer o crime. Se uma pessoa é presa, mas o dinheiro permanece disponível ao crime, essa pessoa será facilmente substituída”, explicou o ministro.
Fernando Haddad destacou que o esquema criminoso é complexo, envolvendo diversas camadas, como fundos fechados, o que exige a atuação precisa de auditores fiscais para identificar onde os recursos acabam.
“Graças a esse esforço, conseguimos identificar mais de mil postos de combustível, quatro refinarias e mais de mil caminhões usados pelo crime organizado para transportar combustível muitas vezes adulterado”, afirmou o ministro.
Operação Carbono Oculto
Na manhã desta quinta-feira, uma grande operação contra o crime organizado foi realizada por agentes da Polícia Federal e Militar, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), além de agentes e fiscais das Receitas Estadual e Federal.
A Operação Carbono Oculto é a maior já feita contra a infiltração de organizações criminosas na economia formal, focada no setor de combustíveis e instituições financeiras situadas na avenida Faria Lima, em São Paulo.
No total, 1.400 agentes cumpriram 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em dez estados.
Outras duas operações simultâneas
A Polícia Federal, com o suporte da Receita Federal, também lançou nesta quinta-feira duas operações simultâneas para desarticular o crime organizado na cadeia produtiva de combustíveis.
Embora as operações tenham focos diferentes, ambas visam desmantelar esquemas de lavagem de dinheiro com grande impacto financeiro e participação de organizações criminosas.
Operação Quasar
A Operação Quasar tem o objetivo de desmontar uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras, de acordo com a Polícia Federal.
A investigação revelou um esquema sofisticado que usava fundos de investimento para esconder patrimônio ilícito, com vínculos suspeitos a facções criminosas.
Segundo a PF, a estrutura operacional envolvia múltiplas camadas societárias e financeiras, dificultando a identificação dos beneficiários finais e protegendo o patrimônio criminoso.
Operação Tank
A Operação Tank foi dirigida ao desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no Paraná.
O grupo criminoso operava desde 2019 e teria lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de centenas de empresas, incluindo postos de combustível, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.
PEC da Segurança
Haddad declarou que a aprovação da PEC da Segurança, em discussão no Congresso Nacional, é fundamental para fortalecer a coordenação no combate ao crime organizado no país.
“Vejo que a PEC enviada pelo governo federal normalizará essa coordenação, tornando-a parte do cotidiano das ações contra o crime. Isso criará sinergias importantes entre as diversas forças envolvidas, fortalecendo as instituições e protegendo o consumidor, que é o mais vulnerável nessa situação”, ressaltou Haddad.
Ele ainda mencionou que essas operações ajudam a garantir uma competição justa entre os participantes do mercado de combustíveis.
“Sem o combate ao crime organizado, acaba-se punindo o empresário honesto e distorcendo o mercado, o que traz consequências prejudiciais à economia brasileira”, concluiu.
As três operações realizadas hoje resultaram na apreensão de 141 veículos, o sequestro de 1.500 veículos, mais de R$ 300 mil em dinheiro, 41 pessoas físicas e 205 jurídicas foram implicadas, bloqueios superiores a R$ 1 bilhão, além do sequestro de 192 imóveis, 2 embarcações e o bloqueio total de mais 21 fundos de investimento.

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