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Divergência diplomática entre Bélgica e EUA por estoque de anticoncepcionais

A Bélgica está solicitando que os Estados Unidos evitem destruir um estoque de anticoncepcionais femininos que está em solo belga, mas que tinha como destino original países africanos.
“Continuamos a buscar uma solução diplomática para prevenir o desperdício”, afirmou à AFP, na sexta-feira (5), o ministro belga de Relações Exteriores, Maxime Prévot.
O governo americano, dono desse estoque guardado no norte da Bélgica, anunciou em julho que pretende descartar esses produtos, o que gerou protestos de ONGs e grupos feministas.
Um representante do Departamento de Estado dos EUA explicou que a decisão de destruir certos anticoncepcionais abortivos de contratos da USAID da administração Biden, que foram cancelados, foi tomada.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) passou por um grande desmonte durante o governo do republicano Donald Trump, que sucedeu o mandato do democrata Joe Biden.
Essa escolha sobre os anticoncepcionais revela as recentes políticas de Washington, que reduzem muito o suporte a programas que incentivam o planejamento familiar ou o aborto.
Maxime Prévot disse que alguns dos produtos armazenados na Bélgica e que pertencem aos EUA, como implantes e DIUs, foram transferidos de seu local original e que condições inadequadas de armazenamento podem ter comprometido sua qualidade.
O ministro destacou que a diplomacia belga está descontente com esse impasse há várias semanas.
“Tanto na embaixada americana aqui, quanto em Washington, fizemos intervenções para pedir: ‘Sabemos da mudança de política e lamentamos, mas, por favor, deixem que os produtos já adquiridos sejam entregues aos destinatários previstos’.”
Fontes indicam que esses anticoncepcionais têm um valor aproximado de 10 milhões de dólares (equivalente a 53 milhões de reais).

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