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Charlie Kirk: líder influente dos jovens conservadores nos EUA

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Charlie Kirk, que faleceu depois de ser atingido por um tiro em uma universidade nos Estados Unidos nesta quarta-feira (10), era reconhecido como uma voz influente para uma nova geração do movimento conservador ligado ao ex-presidente republicano Donald Trump.

Com 31 anos, Kirk acumulava milhões de seguidores nas redes sociais, que apreciavam seus comentários assertivos e suas respostas contundentes contra críticos e opositores de sua visão política.

A ideologia conservadora de Kirk seguia de perto as linhas defendidas por Trump: ele apoiou as controversas acusações de fraude eleitoral feitas pelo ex-presidente em 2020 e usava sua influência para criticar imigrantes e pessoas transgênero.

Durante suas palestras em universidades americanas, convidava os estudantes a debater com ele em interações rápidas, que muitas vezes se tornavam virais, especialmente os debates com progressistas que discordavam de suas opiniões.

Foi em um desses eventos em Utah, nesta quarta-feira, que ele foi vítima de um tiro em um episódio que chocou e foi amplamente repudiado por todos os grupos políticos.

O próprio Donald Trump comunicou que o tiro foi fatal: “O grande, e até lendário, Charlie Kirk faleceu”, publicou Trump em sua rede social Truth Social.

“Ninguém compreendia ou conquistava melhor a juventude dos Estados Unidos do que Charlie”, acrescentou.

Em outubro de 2024, quando Kirk discursou para estudantes em Nevada, alguns disseram que ele representava uma nova perspectiva nos campi acadêmicos, que segundo representantes da direita política, estariam dominados pela ideologia liberal.

“Ele apresenta ideias diferentes”, comentou Eric Hansen, 22 anos, na ocasião. “Ideias que alguns apoiam, mesmo que ocasionalmente causem desconforto.”

Uma figura controversa

Nem todos viam Kirk de forma positiva.

“Charlie Kirk é um carismático nacionalista cristão que, em essência, promove o trumpismo e ideais radicais”, afirmou Kyle Spencer, autor de um livro sobre a criação do Turning Point USA, um movimento jovem cofundado por Kirk aos 18 anos.

Em pouco mais de dez anos, tornou-se o maior grupo juvenil conservador dos Estados Unidos, motivando uma legião de ativistas dedicados, alguns dos quais participaram da manifestação em 6 de janeiro de 2021 que culminou na invasão do Capitólio, tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.

Além do Turning Point USA, Kirk liderava o Turning Point Action, uma das principais organizações mobilizadas por Trump para captar eleitores na campanha de 2024.

Natural dos arredores de Chicago, Kirk não concluiu a universidade, mas iniciou sua trajetória no ativismo ainda na adolescência.

Seus talentos cedo o colocaram em evidência no meio republicano, e em 2016 já atuava como assistente do filho de Trump, Donald Trump Jr.

As convicções de Charlie

Seu discurso combativo lhe abriu portas na Fox News, canal conservador, e mais tarde como apresentador do The Charlie Kirk Show, um dos podcasts mais ouvidos nos EUA.

Ali, alimentava seguidores com uma narrativa repleta de meias verdades e teorias conspiratórias, reforçando as alegações de fraude eleitoral de Trump e promovendo ideias sobre a covid-19 que ressoavam entre muitos conservadores.

Em um episódio de setembro de 2024, Kirk foi um dos primeiros a espalhar acusações infundadas sobre imigrantes haitianos em Ohio, alegando que praticavam atos cruéis contra animais — acusações que chegaram a ser repetidas por Trump em debate presidencial, apesar da ausência de provas.

Em entrevista no ano anterior, Kirk evitou confirmar a veracidade dessas afirmações, limitando-se a dizer que compartilhava o que considerava ser a verdade.

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