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PT lança campanha contra Tarcísio em SP: ‘Apoiando Trump e ricos’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um adversário nas eleições de 2026. Nesse contexto, o PT divulgou uma campanha publicitária visando críticas à sua administração.
Transmitida apenas para o estado de São Paulo pela TV, a propaganda associa Tarcísio ao ex-presidente americano Donald Trump e a interesses de bilionários. A peça destaca sanções dos Estados Unidos ao Brasil, a privatização da Sabesp — empresa estadual de água e saneamento — e o aumento nos preços dos pedágios no estado.
Segundo uma reportagem do Globo, essa campanha foi criada antes da participação de Tarcísio na manifestação em apoio a Bolsonaro na Avenida Paulista, no último domingo. Durante o ato, uma grande bandeira dos EUA foi exibida, e Tarcísio chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de “tirano”.
O vídeo contém, entre outras cenas, a imagem de um homem vestindo um boné com as palavras “Make America Great Again”, símbolo dos apoiadores de Trump. Embora o nome de Tarcísio não seja citado diretamente, a ligação é evidente.
Em janeiro, após a posse de Trump, Tarcísio publicou um vídeo com o slogan do boné para cumprimentar o presidente americano pelo seu mandato, gesto que foi criticado por setores da esquerda devido à imposição de tarifas sobre produtos brasileiros pelos EUA.
A propaganda também critica o valor dos pedágios no estado, que sofreram reajustes em julho, com alguns chegando a R$ 38,70, tornando o direito de ir e vir mais caro para os paulistas.
Outro ponto da campanha é a privatização da Sabesp. O PT contrapõe sua atuação, ressaltando que o governo federal realiza obras estruturantes e negociações internacionais.
A campanha partidária do PT em São Paulo concentrou-se em ataques políticos a Tarcísio, enquanto em outros estados foram enfatizados os feitos do governo do presidente Lula.
Após a mudança de postura de Tarcísio durante a manifestação bolsonarista, ele tem evitado exposições públicas e postagens políticas nas redes sociais, preferindo discrição na semana do julgamento de seu aliado. Recentemente, esteve envolvido em discussões sobre anistia no Congresso e manteve reuniões com o presidente da Câmara, Hugo Motta.
Até agosto, a principal crítica dos bolsonaristas contra Tarcísio era seu “silêncio” sobre o julgamento do ex-presidente. Contudo, depois passou a adotar um tom mais firme contra o STF.
Preparação para 2026
Lula reconheceu em reunião ministerial, no fim de agosto, que Tarcísio será um dos concorrentes nas eleições de 2026, tornando-se um adversário prioritário para o PT.
Para evitar dar maior visibilidade nacional ao governador, o Palácio do Planalto tem evitado ataques diretos feitos por Lula, transferindo o confronto para o partido e para ministros como Gleisi Hoffmann, da Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil.
Na segunda-feira, Rui Costa criticou publicamente Tarcísio em duas ocasiões, chamando-o de “desequilibrado” e condenando o uso da bandeira dos Estados Unidos numa manifestação no Dia da Independência do Brasil.
Segundo o ministro, o comportamento do governador representa ataques às instituições e ministros do STF.
Gleisi Hoffmann, por sua vez, afirmou que Tarcísio defende “os traidores da pátria” ao participar do ato pró-Trump, e esclareceu que as decisões do STF seguem o devido processo legal, enquanto o que incomoda são as ameaças feitas pela família Bolsonaro contra o país.

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