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Hmib está a um passo de implantar a Conta Cidadão
Pacientes, acompanhantes e servidores do Hospital Materno-Infantil (Hmib) podem saber quanto a instituição gasta por mês e o que é produzido com os recursos investidos, graças aos gráficos expostos no mural Gestão à Vista. A iniciativa é um projeto do Núcleo de Controle de Custos da unidade e foi o sétimo colocado do primeiro prêmio InovaSUS-DF, da Secretaria de Saúde.
O mural é atualizado mensalmente e fica no corredor principal da instituição. Nele, os usuários podem ficar sabendo tanto dos custos gerais do hospital quanto o que a instituição produz com seus recursos. Nos gráficos, os usuários descobrem que o Hmib realiza uma média mensal de 500 partos, 400 cirurgias e sete mil hospitalizações.
Entre os custos, o hospital gastou, por exemplo, no mês de julho, R$ 60 mil de energia elétrica – a mais barata do ano; R$ 151 mil de água, em agosto, e uma média de R$ 15 mil de telefone. Também é disponibilizado o gasto diário com a alimentação de cada paciente, R$ 52. Os gráficos separam os serviços de terceiros, incluindo limpeza, segurança, alimentação, transporte, recepção e nutrição parenteral, além de despesa com material hospitalar, que inclui medicamentos, material de laboratório e almoxarifado.
Os dados são de custo real, obtidos pelas notas fiscais e não baseados na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a chefe do Núcleo de Controle de Custos do Hmib, Elenilde Costa, o objetivo do projeto é dar conhecimento à sociedade sobre os gastos, a fim de valorizar o patrimônio público. “Quanto mais os dados estiverem ao alcance da população, mais ela pode controlar o que é feito com os impostos que paga”, destacou.
IMPLICAÇÃO
Além dos pacientes e acompanhantes, os trabalhadores do hospital também estão incluídos entre o público-alvo do mural. Alguns dos gráficos contêm fotos de servidores do hospital, para que eles se sintam identificados e atraídos pelos dados.
“A ideia é trazer a sociedade para perto das informações, de maneira clara”, ressaltou Elenilde ao acrescentar que uma das consequências internas foi a diminuição de algumas contas, como a de telefone, devido à conscientização dos trabalhadores.
O maior gasto do Hmib é com recursos humanos, com uma média de 79,5% mês. No entanto, Elenilde frisou que, desse total, há uma média de 6% correspondente a ensino e pesquisa. “Deve-se levar em conta que esse investimento repercute na formação e melhoria dos profissionais, então tem uma consequência em longo prazo”.
O Hmib é um dos pioneiros nacionais em mapeamento de custos. No Brasil, de um total de mais de 50 mil unidades de saúde públicas, apenas 16 hospitais fazem levantamento de gastos, cinco deles em Brasília. A iniciativa de colocar os gráficos em um mural faz parte da estratégia da Secretaria de Saúde de tornar sua gestão mais transparente e que o usuário seja o principal beneficiado.
O acompanhamento dos custos no Hmib começou em 2011, ao mapear, a princípio, as despesas de água, luz e telefone. O ano de 2013 é o primeiro com todos os gastos consolidados.
A iniciativa de levantar os custos faz parte de um programa do governo federal, que lançou o projeto-piloto em cinco hospitais de Brasília: Hmib e os hospitais de Ceilândia, de Santa Maria, de Base e de Taguatinga. Além de conscientizar a população e os servidores das unidades em relação aos custos, o projeto tem como meta promover o melhor uso dos recursos públicos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A ação faz parte do Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC), do Ministério da Saúde.
CONTA DO PACIENTE
Graças ao mapeio de custos, o Hmib poderá emitir a conta do paciente a partir do dia 22 de novembro, aniversário do hospital. Cada usuário receberá uma nota com o valor de sua consulta, cirurgia ou exame que realizar na unidade. O objetivo da iniciativa é conscientizar a população. “O usuário precisa saber que tem um custo para cuidar do patrimônio”, enfatizou Elenilde.
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