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Ozônio pode se recuperar completamente nas próximas décadas

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A camada de ozônio da Terra mostrou sinais de melhora em 2024, conforme indicado pelo Boletim de Ozônio da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Este boletim foi divulgado na terça-feira, 16 de setembro, que é o Dia Mundial do Ozônio e também marca os 40 anos da Convenção de Viena, um acordo que identificou a diminuição do ozônio estratosférico como um problema global.

O documento destaca que o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida foi menor do que nos últimos anos, graças aos esforços científicos e à cooperação internacional coordenada.

Se as políticas atuais permanecerem em vigor, espera-se que a camada de ozônio se recupere completamente até 2066 na Antártida, até 2045 no Ártico e até 2040 no restante do planeta.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou: “A Convenção de Viena e o Protocolo de Montreal se tornaram um grande exemplo de cooperação multilateral bem-sucedida. Atualmente, a camada de ozônio está se recuperando, o que prova que quando os países atendem aos alertas da ciência, avanços são possíveis.”

O Protocolo de Montreal, um tratado internacional de 1989, visa eliminar a produção e o uso de substâncias que prejudicam a camada de ozônio. A OMM relatou que esse tratado levou à eliminação de mais de 99% dessas substâncias nocivas, presentes em sistemas de refrigeração, ar-condicionado, espumas e sprays.

A recuperação da camada de ozônio aos níveis da década de 1980 ajudará a diminuir riscos de câncer de pele, catarata e danos aos ecossistemas causados pela radiação ultravioleta.

Segundo a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, a ciência teve papel fundamental nesse processo: “A pesquisa da OMM sobre a camada de ozônio dura décadas, baseada na confiança, colaboração internacional e no compromisso com a troca livre de dados — pilares do acordo ambiental de maior sucesso global.”

Buraco na camada de ozônio na Antártida em 2024

De acordo com a OMM, a extensão do buraco na camada de ozônio sobre a Antártida manteve-se abaixo da média entre 1990 e 2020, alcançando déficit máximo de 46,1 milhões de toneladas em 29 de setembro de 2024, menor do que os buracos observados entre 2020 e 2023.

Matt Tully, presidente do Grupo Consultivo Científico da OMM sobre Ozônio e Radiação Solar UV, ressaltou que o trabalho ainda não foi concluído:

“Apesar do grande sucesso do Protocolo de Montreal nas últimas décadas, é crucial que o mundo continue monitorando cuidadosamente tanto o ozônio estratosférico quanto as substâncias que danificam a camada de ozônio e seus substitutos.”

Além do Protocolo de Montreal, a Emenda de Kigali de 2016, ratificada por 164 países, prevê a diminuição gradual dos hidrofluorcarbonetos (HFCs), gases que contribuem para o efeito estufa e que são usados como alternativa às substâncias que destroem a camada de ozônio.

Essa iniciativa pode impedir até 0,5°C de aumento na temperatura global até o final deste século.

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