Economia
Fed corta juros nos EUA pela 1ª vez em 2025; entenda o impacto

O mercado financeiro global está atento à decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que provavelmente reduzirá a taxa básica de juros pela primeira vez neste ano.
Se confirmado, este será o primeiro corte depois de seis reuniões seguidas sem alterações e o primeiro de 2025. O Fed, órgão independente que gerencia a economia americana, age tecnicamente, apesar da pressão do presidente Donald Trump, que deseja juros mais baixos para fortalecer a economia durante a guerra comercial.
No fim do mês passado, Jerome Powell, presidente do Fed, indicou preocupação com o enfraquecimento do mercado de trabalho, destacando o mandato duplo da instituição: controlar a inflação e garantir pleno emprego.
Diferente do Brasil, onde o Banco Central mira apenas o controle da inflação, o Fed também persegue a manutenção do pleno emprego, balanceando os riscos de inflação e desemprego, conforme explica a economista Andressa Durão, da Asa.
Trump deseja taxas menores para estimular a indústria americana e um dólar mais desvalorizado, apesar das estratégias controversas, cita o gestor Eduardo Grübler da AMW.
A política tarifária de Trump gera impacto contraditório, geralmente pressionando a inflação para cima e, portanto, elevando os juros, destaca o gestor. Na votação atual, aliados e opositores de Trump no Fed participarão das decisões.
O mercado espera ansioso pelo comunicado e pela entrevista de Powell, que pode anunciar uma série de cortes para conter o risco de queda do emprego, alertam economistas do Citi liderados por Andrew Hollenhorts.
Recentes dados revisados indicam uma desaceleração do crescimento do emprego nos EUA, aumentando a possibilidade de medidas preventivas do Fed.
Trump mantém uma disputa aberta dentro do Fed, incluindo tentativas de demissão da diretora Lisa Cook, cuja permanência foi resguardada por decisão judicial. A recente nomeação de Stephen Miran, indicado por Trump, também gera polêmica.
Powell reforça a independência do Fed frente a pressões políticas, segundo Andressa Durão.
A taxa de juros americana influencia mercados globais e fluxo de capitais. Juros altos atraem investidores para os EUA, valorizando o dólar. A recente tendência de queda nos juros americanos estimula investidores globais a buscarem retornos maiores em outras economias, como o Brasil, onde a taxa está alta, o que beneficia a Bolsa e reduz o câmbio local, que se aproximou dos R$ 5,30.

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