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Economia

Ibovespa avança pelo terceiro dia consecutivo com espera pelo corte de juros nos EUA

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Mesmo com a ausência de força nos índices de ações ocidentais na manhã desta quarta-feira, 17, e a queda nas commodities, o Ibovespa busca sua terceira alta seguida. O principal indicador da B3 iniciou o dia em 144.058,51 pontos (variação nula), chegou a registrar uma mínima de 143.910,14 pontos com queda de 0,11% e, em seguida, recuperou-se, atingindo novamente recordes históricos. O vencimento de opções sobre o Ibovespa hoje deve impulsionar o volume financeiro.

Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, comenta: “Hoje tivemos dados de construção abaixo do esperado nos Estados Unidos, refletidos na curva de juros que confirma essa redução. A questão é o tamanho desse declínio e quantos cortes ocorrerão. Além disso, contratos de depósito interfinanceiro (DIs), especialmente os com vencimento em 2031, perderam valor, o que contribui para o otimismo recente da Bolsa”.

O ganho observado nesta quarta-feira é amplamente sustentado pelo desempenho positivo das ações com maior liquidez e peso no Índice Bovespa, incluindo os setores financeiro, Petrobras, siderúrgicas e mineradoras.

Esse avanço está associado à expectativa de início de flexibilização monetária nos EUA com o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, liberando espaço para maior entrada de capital em economias emergentes como o Brasil.

O Federal Reserve deve reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, fixando-a em uma faixa entre 4,00% e 4,25%, diante de sinais recentes de enfraquecimento no mercado de trabalho dos EUA, apesar da inflação ainda elevada. Esta reunião marca também a estreia do economista Stephen Miran, enviado pelo presidente Donald Trump, na diretoria do Fed.

A principal expectativa reside nas projeções econômicas do banco central norte-americano e na entrevista do presidente Jerome Powell às 15h30, em um momento de incerteza sobre os futuros movimentos da política de juros, com o Fed sob críticas e sob pressão crescente do governo Trump para implementar mais cortes.

Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, destaca: “O mais crucial não é o corte em si, mas o que Powell irá comunicar. Espera-se um direcionamento quanto à possibilidade de cortes em outubro e dezembro. Conforme mencionado em relatório, o mercado prevê três recuos dos juros nos EUA, sendo este o primeiro, esperado para hoje”.

Quanto ao Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil, a perspectiva é de manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, sem mudanças esperadas no comunicado do Banco Central, que permanece cauteloso.

Além disso, o cenário político permanece em foco. Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que dificulta a responsabilização criminal de parlamentares. Também estão em destaque esforços para aprovar uma anistia, assim como a pesquisa Genial/Quaest que aponta manutenção de 51% na desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Às 11h05, o Índice Bovespa avançava 0,77%, alcançando 145.174,80 pontos após alcançar a máxima inédita de 145.400,52 pontos, partindo da mínima de 143.910,14 pontos (-0,11%). Dos 84 papéis do índice, oito registravam queda, dentre eles a Embraer, com recuo de 1,50%.

Os metalúrgicos da Embraer decretaram greve por tempo indeterminado na unidade de São José dos Campos, interior de São Paulo, reivindicando melhorias salariais.

Na terça-feira, o Ibovespa encerrou em alta de 0,36%, aos 144.061,74 pontos, alcançando novo recorde de fechamento e ultrapassando a marca dos 144 mil pontos pela primeira vez.

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