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Centro-Oeste

Mulher trans sofre agressão em clínica para dependentes químicos

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Denunciada por maus-tratos, tortura, trabalhos forçados e violência sexual, a filial do Instituto Liberte-se do Lago Oeste também é alvo de uma denúncia de transfobia. De acordo com o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), uma mulher trans internada foi espancada dentro da unidade.

“Era uma comunidade terapêutica composta por homens com uma mulher trans entre eles. Foram registrados casos de transfobia e agressão física contra essa mulher trans”, declarou a representante do MNPCT, Carolina Lemos. A Justiça determinou o fechamento da clínica que trata dependência química.

A mulher trans teria recebido um comentário transfóbico e reagido ao agressor. Na ocasião da discussão, ela estava sobre a cama, sendo puxada para fora e agredida violentamente. “Isso configura tortura”, resumiu Carolina. A ocorrência foi registrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Além disso, idosos internados também sofreram agressões. “Um idoso relatou que tentou fugir, mas foi agarrado pelo pescoço, sufocado e espancado. Ele tinha mais de 60 anos e não foi o único idoso a relatar agressões físicas na comunidade”, explicou.

Os internos foram forçados a participar da laboroterapia para permanecer na comunidade terapêutica. Recusando, enfrentavam punições físicas ou perda de direitos, como restrição a ligações para a família e visitas, semelhante a um regime prisional.

O MNPCT apontou várias falhas na estrutura da clínica. Internos eram trancados à noite com cadeados, o que é ilegal. Um funcionário mantinha um facão escondido sob sua cama e não havia protocolos para tratar crises de abstinência, deixando os pacientes sem suporte adequado.

Em 16 de setembro, uma força-tarefa envolvendo órgãos de defesa dos direitos humanos, incluindo Carolina Lemos e Camila Antero do MNPCT, o deputado distrital Fábio Felix (Psol), a deputada federal Érika Kokay (PT), e outros representantes, realizou uma diligência na unidade. Após a ação, a 35ª Delegacia de Polícia prendeu três responsáveis pelo estabelecimento. O Ministério Público do DF instaurou investigação pelas graves violações denunciadas e a Justiça determinou a suspensão imediata das atividades da clínica.

Na manhã do dia 18 de setembro, os proprietários da clínica foram liberados após audiência de custódia e responderão às acusações em liberdade.

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