CPI do INSS ouvirá ministro da Previdência

O atual ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, está confirmado para prestar esclarecimentos à CPI do INSS no dia 9 deste mês. Ele participará como convidado, seguindo o exemplo de ex-ministros já ouvidos, como Carlos Lupi e José Carlos Oliveira, que estiveram à frente da pasta em governos anteriores.

“Ainda não fomos ouvidos na CPMI. Acompanhamos os depoimentos quando possível, pois são longos e temos outras tarefas, mas me dispus a atender o convite, enviando previamente um ofício com datas disponíveis para esclarecer os senadores e deputados membros da CPMI,” declarou o ministro em entrevista no programa “Bom Dia, Ministro”.

Depoimentos de familiares do empresário Careca

A CPI iniciará as oitivas de pessoas próximas ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, figura central nas fraudes investigadas no instituto. Após a desistência da participação de Careca, a comissão aprovou a convocação de sua esposa, filho e sócios, contando com apoio dos líderes governistas e oposicionistas.

Pessoas a serem ouvidas:

• Tânia Carvalho dos Santos – esposa de Careca
• Romeu Carvalho Antunes – filho de Careca
• Rubens Oliveira Costa – sócio de Careca
• Milton Salvador Júnior – sócio de Careca
• Nelson Willians – advogado alvo da Polícia Federal

Nelson Wilians obteve habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), assegurando o direito de permanecer em silêncio, embora deva comparecer à sessão.

Prisões e investigações recentes

Careca e o empresário Maurício Camisotti foram detidos recentemente em operação decretada pelo STF, relacionada a um esquema bilionário de descontos ilegais em benefícios previdenciários. Informações indicam risco de fuga e tentativa de ocultação de bens por parte dos investigados.

Devido a esses riscos, a CPI solicitou ao Supremo a prisão preventiva e a quebra de sigilo bancário dos envolvidos, além de outras medidas. O presidente da CPI, senador Carlos Viana, requisitou à Polícia Legislativa que intimasse os presos, ante as dificuldades para localizá-los.

Esquema fraudulento e movimentações financeiras

Careca do INSS figura como operador-chave na articulação entre grupos fraudulentos e servidores públicos. Relatórios da Polícia Federal apontam que Antunes movimentou cerca de 53 milhões de reais oriundos de entidades sindicais e empresas relacionadas, valor muito superior à sua renda oficial de 24 mil reais mensais.

Após a prisão, Careca foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília. As investigações revelam que ele transferiu aproximadamente 9,3 milhões de reais entre 2023 e 2024 a pessoas vinculadas a servidores do INSS.