Deputados denunciam Feliciano por intolerância religiosa

O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP) está enfrentando uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) por crime de racismo religioso. Em um evento evangélico realizado em Conselheiro Lafaiete, interior de Minas Gerais, no último sábado, ele fez comparações entre entidades das religiões de matriz africana e obras de feitiçaria.

Durante o encontro, Feliciano afirmou que essas forças espirituais não teriam mais espaço na cidade, dizendo: “Zé Pilintra, Zé Pilantra, Exu Caveira, Tranca Rua e Preto Velho. Nenhuma obra de feitiçaria vai governar mais esta terra, pois a presença do Deus eterno pode transformar nossos corações. Alguém acredita no que eu digo?”

A denúncia foi feita pelo deputado estadual Átila Nunes (PSD-RJ), que tomou conhecimento do caso por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais. Segundo ele, as declarações do pastor possuem um tom depreciativo e revelam claro desprezo pelos seguidores dessas religiões.

Átila Nunes, que compõe a Comissão de Intolerância Religiosa da OAB-RJ, comentou que Feliciano associou as práticas dessas crenças a um rótulo pejorativo de feitiçaria, reforçando preconceitos antigos e estimulando a discriminação contra grupos historicamente marginalizados.

Além disso, na terça-feira, a deputada estadual de Minas Gerais, Lohanna (PV), e a vereadora de Conselheiro Lafaiete, Damires Rinarlly (PV), também registraram uma denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) devido às declarações de Feliciano. Elas também apresentaram uma manifestação de repúdio na Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Lohanna afirmou em um vídeo divulgado nas redes sociais que, durante um evento público custeado com recursos públicos, Feliciano optou por atacar os seguidores das religiões de matriz africana em vez de valorizar sua própria fé, configurando, segundo ela, uma atitude criminosa.