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Economia

Mercado espera BC manter Selic em 15% até dezembro

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A maioria das instituições financeiras (28 de 31) espera que a taxa Selic permaneça em 15% até o final de 2025, após o Banco Central divulgar um comunicado de política monetária considerado mais rígido pelos economistas que acompanham o Projeções Broadcast.

Segundo a pesquisa, 12 instituições acreditam que o Banco Central começará a reduzir os juros a partir de janeiro, enquanto 14 esperam isso a partir de março. Apenas duas preveem cortes somente a partir do segundo trimestre de 2026.

O comitê do Banco Central reafirmou a necessidade de manter uma política monetária fortemente contracionista por um período prolongado para garantir a inflação dentro da meta estabelecida. O banco também destacou que não hesitará em iniciar um novo ciclo de aumento dos juros se considerar necessário.

Apesar da melhora recente da inflação e das projeções futuras segundo a pesquisa Focus, o Banco Central manteve sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no primeiro trimestre de 2027 em 3,4%, refletindo cautela em suas projeções.

Além disso, o banco destacou que o cenário externo permanece incerto e que o mercado de trabalho nacional ainda apresenta sinais de robustez.

Daniel Xavier, economista-chefe do Banco ABC Brasil, afirmou que o comunicado confirma sua expectativa de que a redução dos juros só deve iniciar após o primeiro trimestre do próximo ano. Segundo ele, o Copom demonstra claramente que não considera a possibilidade de cortes no momento, adotando um tom mais rigoroso.

Xavier ressaltou que a estabilidade da projeção do IPCA reforça esse comportamento cauteloso do Banco Central, e que a linguagem firme pode ser uma estratégia para fortalecer a credibilidade do banco perante o mercado e ajudar a reduzir as expectativas de inflação.

O Bradesco também identificou poucas alterações no comunicado, indicando que o Banco Central mantém um discurso prudente. O banco comentou que, apesar da melhora nos indicadores atuais, a projeção de inflação para o horizonte relevante segue estável, sugerindo um ajuste em parâmetros internos como o hiato do produto ou a taxa neutra de juros.

O cenário base do Bradesco prevê o início dos cortes na Selic apenas em janeiro, com taxa básica de juros em 11,75% ao final de 2026. Já Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, mantém a expectativa de redução dos juros já em dezembro, mas ressalta que isso pode mudar conforme o conteúdo da ata da reunião e o Relatório de Política Monetária que serão divulgados em breve.

Borsoi confirmou o tom mais firme do comunicado e destacou que a manutenção inalterada da projeção do IPCA para o primeiro trimestre de 2027 surpreendeu o mercado, que esperava uma redução. Ele ainda sugeriu que o Banco Central pode ter elevado a estimativa do hiato do produto, justificando a postura mais rigorosa, embora isso contrarie alguns dados recentes da atividade econômica mas esteja alinhado com o mercado de trabalho.

Além disso, Borsoi considerou que o comunicado teve uma postura mais conservadora, dando pouca atenção à desaceleração da economia brasileira, à valorização do câmbio e à melhora das expectativas de inflação e preços das commodities, como se essas melhorias não tivessem impacto significativo para o colegiado.

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