Mudanças nas vacinas infantis nos EUA

Um comitê médico designado pelo secretário de Saúde dos Estados Unidos realizou sua primeira alteração nas diretrizes de vacinação para crianças nesta quinta-feira (18). Especialistas em saúde pública expressam preocupação quanto à possibilidade de futuras mudanças que possam contrariar as recomendações médicas predominantes.

O Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização (ACIP), recentemente renovado para refletir as visões do secretário Robert Kennedy Jr., conhecido por seu ceticismo em relação às vacinas, votou para recomendar que crianças com menos de quatro anos não recebam a vacina combinada MMRV, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora.

Em vez disso, foi decidido que os pais terão a opção de vacinar seus filhos com injeções separadas de MMR e varicela.

A vacina combinada apresenta um pequeno risco de causar convulsões febris temporárias que não são graves.

Sean O’Leary, presidente do Comitê de Doenças Infecciosas da Academia Americana de Pediatria, comentou que essa discussão já estava resolvida há anos e que as alternativas já estão disponíveis para os pais.

“Estou surpreso que esse tema tenha ressurgido”, afirmou. “Parece ser uma tentativa de assustar os pais.”

Robert Kennedy Jr. tem divulgado, há décadas, informações enganosas sobre vacinas, incluindo a falsa alegação de que a vacina MMR causa autismo.

Após sua nomeação, ele substituiu todos os membros do ACIP por pessoas que compartilham suas opiniões antivacinas.

A epidemiologista Syra Madad alertou que essas discussões podem comprometer medidas eficazes de proteção à saúde.

O comitê adiou para sexta-feira a votação sobre a possível retirada da recomendação de vacinar os recém-nascidos contra hepatite B nas primeiras 24 horas de vida, uma proposta que tem gerado grande preocupação entre especialistas.

Além disso, a próxima reunião abordará a vacina contra a covid-19 para a temporada, discutindo quem deve ser vacinado e os custos envolvidos.