UE propõe novas sanções contra a Rússia focadas em combustíveis

A Comissão Europeia apresentou, nesta sexta-feira (19), o décimo-nono conjunto de sanções contra a Rússia, desta vez mirando os hidrocarbonetos, como medida para pressionar Moscou devido à guerra na Ucrânia, anunciou a porta-voz do órgão, Paula Pinho.

“Podemos confirmar que a comissão aprovou um novo pacote de sanções contra a Rússia, o décimo-nono pacote”, afirmou Paula Pinho em uma entrevista coletiva realizada em Bruxelas.

A presidente da comissão, Ursula von der Leyen, deve divulgar mais detalhes sobre as novas medidas ao longo do dia. Esta semana, ela já havia mencionado que as sanções visam acelerar a redução das importações de combustíveis russos, incluindo medidas direcionadas a criptomoedas e instituições bancárias.

As 18 etapas anteriores de sanções da União Europeia contra a Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia em 2022, tinham o objetivo de esgotar os recursos que financiam o esforço militar russo, abrangendo desde o bloqueio de ativos até a quase total proibição das importações de petróleo da Rússia.

Este anúncio ocorre em um momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem solicitado que a Europa cesse a compra de petróleo russo e imponha sanções à China antes da aplicação de novas medidas contra Moscou.

Ursula von der Leyen afirmou após diálogo com Donald Trump que o objetivo da comissão é acelerar o fim das importações de combustíveis fósseis provenientes da Rússia, algo planejado para ser concluído até o final de 2027.

Como a União Europeia já restringiu quase completamente suas importações de petróleo russo — reduzindo de 29% do total consumido em 2021 para uma estimativa de 2% em meados de 2025 —, as novas ações devem se concentrar nas importações de gás natural.

Apesar dos esforços de longo prazo para diminuir a dependência do gás da Rússia, em 2024 a União Europeia ainda importou cerca de 19% do gás que consome da Rússia, em comparação com 45% antes do início do conflito.