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Flávio Bolsonaro quer conversar com relator sobre perdão

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) manifestou desejo de dialogar com o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), responsável pelo parecer sobre um projeto alternativo ao perdão relacionado aos eventos de 8 de janeiro. A proposta do deputado é elaborar um parecer que reduza as penalidades para os envolvidos em atos contra a democracia.
Por outro lado, Flávio Bolsonaro defende uma medida mais abrangente, que inclua um perdão completo e também permita que o ex-presidente Jair Bolsonaro volte a ser elegível.
O senador demonstrou insatisfação com a proximidade entre Paulinho da Força e membros do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Se ele quiser, converso sim. Acho importante que ele tenha uma visão diferente da que os ministros do STF lhe apresentaram – declarou ao GLOBO.
Nesta sexta-feira, buscando um entendimento com a oposição, o relator se encontrou com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), um dos líderes do Centrão e ex-ministro da Casa Civil durante o governo Bolsonaro. O parlamentar elogiou Paulinho, mas manifestou apoio a um perdão amplo.
“Já deveríamos ter resolvido essa questão, deixado essa fase para trás. Sou favorável a um perdão amplo, geral e irrestrito, para que a população brasileira decida em breve. Temos um país dividido; há quem defenda o perdão total e quem defenda nenhum perdão. O projeto precisa considerar todos os pontos de vista”, afirmou em vídeo divulgado nas redes sociais.
Paulinho da Força decidiu renomear o projeto, antes chamado de anistia, para PL da Dosimetria. O texto foi discutido durante uma reunião na casa do ex-presidente Michel Temer, em São Paulo, com a presença do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), participou remotamente. Ministros do STF também foram consultados por telefone durante o encontro.
Ao invés de conceder perdão total, o projeto pode prever penalidades reduzidas para os já condenados por participação na tentativa de golpe, incluindo Jair Bolsonaro e sete aliados, entre ex-ministros.
Uma possibilidade é que as penas previstas sejam menores do que as atuais, que vão de 4 a 12 anos pelo crime de tentativa de golpe de estado, e de 4 a 8 anos pela abolição violenta da democracia. Paulinho também considera alterar as penas aplicadas pela depredação do patrimônio.
Os bolsonaristas se opõem ao texto elaborado e pretendem buscar a aprovação de um perdão mais abrangente, que garanta perdão total pela participação na trama golpista e permita que Bolsonaro concorra nas eleições de 2026.
A oposição planeja modificar o parecer de Paulinho com emendas durante a votação em plenário.
Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social da Presidência no governo Bolsonaro, criticou o afastamento do projeto de perdão amplo.
“Deram fim ao perdão total; negociam, sem autorização, prisões de inocentes por vários anos. Estão dando poder decisório a quem nunca nos apoiou. É hora de reagir”, afirmou nas redes sociais.

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