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EUA têm restrições de vistos injustas, diz Mauro Vieira

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez duras críticas nesta sexta-feira às limitações impostas pelos Estados Unidos para emissão de vistos a autoridades brasileiras, destacando o caso do titular do Ministério da Saúde, Alexandre Padilha.
Embora Padilha tenha recebido o visto americano, ele optou por não utilizá-lo devido à restrição que limitava sua circulação a apenas cinco quarteirões ao redor do hotel onde estaria hospedado em Nova York. Essa limitação inviabilizaria sua locomoção até Washington para participar de uma conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
“Essas restrições são desarrazoada, injustas e totalmente absurdas”, declarou Vieira após encontro com Kaja Kallas, representante da União Europeia para Assuntos Exteriores.
Vieira afirmou ter solicitado intervenção do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock, para tentar resolver essa situação.
“Estamos comunicando o caso e pedindo que o secretário-geral interceda junto ao país anfitrião, os Estados Unidos. Estamos utilizando todos os canais diplomáticos disponíveis e aguardamos a ação da ONU”, explicou Vieira.
O atraso na emissão dos vistos para os integrantes da delegação que acompanhará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Nova York contribui para o desgaste nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Além disso, o governo dos EUA anunciou que deve impor novas sanções contra autoridades brasileiras na próxima semana.
As sanções norte-americanas, entre outras, envolvem o cancelamento de vistos como retaliação ao tratamento dispensado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a condicionar negociações comerciais para eliminar uma sobretaxa sobre produtos brasileiros ao arquivamento do processo contra Bolsonaro.
Além de Padilha, cuja esposa e filha não podem mais entrar nos EUA, outros dois servidores federais tiveram seus vistos suspensos por participarem da implantação do programa Mais Médicos, que os EUA consideram uma forma de exploração do trabalho de profissionais cubanos no Brasil.
Na última terça-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, obteve autorização para entrar nos EUA após um período em que seu visto havia sido suspenso pelo Departamento de Estado americano.

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