Mundo
ONU diz para não temer Israel

António Guterres, secretário-geral da ONU, afirmou nesta sexta-feira (19) que o mundo não deve se sentir assustado pelas ameaças de retaliação de Israel devido ao reconhecimento do Estado Palestino na Assembleia Geral que ocorrerá na próxima semana em Nova York.
Israel reafirmou suas intenções de anexar a Cisjordânia caso as nações ocidentais continuem a pressionar pelo reconhecimento do Estado Palestino durante a Assembleia Geral, que começa na segunda-feira.
Guterres explicou, em entrevista à AFP na sede da ONU em Nova York, que não devemos nos deixar intimidar pelo risco de retaliações, pois, com ou sem elas, tais ações vão continuar e haverá uma chance de mobilizar a comunidade internacional para impedir que isso aconteça.
Ele denunciou a contínua expansão das medidas do governo israelense para destruir completamente Gaza e realizar uma anexação gradual da Cisjordânia.
O secretário-geral também pediu que Israel pare sua intensa campanha em Gaza, que está causando um ataque sem precedentes à Cidade de Gaza.
Ele destacou que esta é a pior fase de morte e destruição que já presenciou como secretário-geral, provavelmente na vida toda, e descreveu o sofrimento do povo palestino, que enfrenta fome, falta total de atendimento médico eficaz e vive sem abrigos adequados em áreas densamente povoadas.
No entanto, Guterres evitou qualificar a conduta de Israel em Gaza como genocídio, mesmo com essa designação feita por organismos e pesquisadores da ONU, o que causou forte reação do governo israelense.
Ele explicou que não é sua função fazer uma determinação legal de genocídio, mas ressaltou que o problema não está na palavra, e sim na realidade no terreno.
O Exército israelense iniciou na terça-feira uma grande ofensiva terrestre e aérea na Cidade de Gaza, forçando milhares de palestinos a deslocarem-se para o sul da Faixa.

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