Lula convoca evangélicos e defende união sem divisão religiosa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou em entrevista a um programa de rádio evangélico na sexta-feira (19) que a religião não deve ser usada para criar divisões na sociedade.

Lula ressaltou seu objetivo de unir o povo brasileiro valorizando todas as crenças e dialogando sobre políticas públicas essenciais para o país.

Ele criticou o uso dos espaços religiosos por políticos durante campanhas eleitorais, comprometendo-se a não frequentar templos evangélicos ou católicos para evitar politização nesses locais. Para Lula, “Deus está presente em todos os lugares” e quem realmente fala a verdade será conhecido, enquanto as mentiras contarão sua própria história.

Em um dos vídeos do canal evangélico que o entrevistou, há menção a uma coalizão de evangélicos contra o ex-presidente Bolsonaro, refletindo o desafio de Lula em conquistar o apoio desse grupo, que predominantemente votou em Bolsonaro nas eleições de 2022.

Dados recentes indicam que a aprovação do governo Lula está em 46%, com 51% desaprovando. Entre evangélicos, 35% aprovam e 61% desaprovam, embora a diferença entre aprovação e desaprovação esteja diminuindo.

Além disso, Lula criticou os parlamentares dizendo que a maioria não luta pelos interesses dos trabalhadores, mas sim pertence a uma classe média alta distante das necessidades populares. Em meio a um contexto político complicado, o governo tenta avançar projetos que beneficiem famílias de baixa renda, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até cinco mil reais.

A declaração veio em meio à aprovação na Câmara da PEC da Blindagem, que exige autorização legislativa para processar parlamentares, e do encaminhamento urgente da proposta de anistia para envolvidos nos ataques do dia 8 de janeiro. Lula manifestou-se contrário a essas iniciativas.