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Israel lança ataques em Gaza e mata 14 pessoas

Na madrugada deste sábado, 20, ataques militares israelenses resultaram na morte de pelo menos 14 pessoas na cidade de Gaza, conforme informou autoridades de saúde locais. A ofensiva de Israel na região está se intensificando, com pedidos para que os moradores palestinos evacuem a área.
Estes ataques acontecem num contexto em que países ocidentais demonstram crescente descontentamento com a escalada do conflito em Gaza. Além disso, diversas nações planejam reconhecer a soberania palestina durante a próxima Assembleia Geral das Nações Unidas.
Em comunicado divulgado na sexta-feira, 19, o Ministério das Relações Exteriores de Portugal anunciou que oficializará o reconhecimento do Estado palestino no domingo, 21. Portugal junta-se assim a países como Reino Unido, França, Canadá, Austrália, Malta, Bélgica e Luxemburgo, que também devem tomar essa medida em breve.
A recente operação militar israelense, iniciada esta semana, representa uma intensificação de um conflito que tem abalado a estabilidade no Oriente Médio e diminui as chances de um cessar-fogo no curto prazo. As forças armadas israelenses declararam que pretendem desmantelar a estrutura militar do Hamas, sem especificar um cronograma, mas indicam que a ofensiva pode durar meses.
Ao longo dos últimos 23 meses, os bombardeios na faixa de Gaza deixaram mais de 65 mil mortos, destruíram vastas regiões e deslocaram cerca de 90% da população local. A situação humanitária se agravou profundamente, com a cidade enfrentando uma grave crise de fome. Dr. Rami Mhanna, diretor-geral do Hospital Shifa, para onde foram levados vários corpos, revelou que entre os mortos havia seis membros de uma mesma família atingida por um ataque durante a madrugada.
Ele destacou que os parentes eram do diretor do hospital, Dr. Mohamed Abu Selmiya. O Crescente Vermelho Palestino confirmou que outras cinco pessoas também faleceram em um ataque próximo à Praça Shawa. O Exército israelense declarou não comentar ataques específicos sem dados adicionais, mas afirmou estar focado em neutralizar as capacidades militares do Hamas, tomando precauções para reduzir danos a civis.
Israel vem obrigando centenas de milhares de palestinos a deixar a cidade de Gaza, direcionando-os para o sul, uma chamada zona humanitária. Recentemente, abriu um corredor temporário ao sul para facilitar evacuações. Contudo, muitos habitantes afetados pela fome resistem à saída, seja por debilidade física, falta de recursos ou medo de deslocamentos forçados, enquanto organizações humanitárias alertam que essa medida agravará ainda mais a crise.
Na sexta-feira, 19, a Unicef comunicou o roubo de alimentos terapêuticos essenciais para salvar vidas de crianças desnutridas em Gaza, ocorridos fora de seu complexo na cidade. Pessoas armadas ameaçaram motoristas a tiros para levar os suprimentos destinados ao tratamento infantil. Ammar Ammar, porta-voz da Unicef, ressaltou a gravidade do ocorrido, que dificulta ainda mais a assistência humanitária em meio à crise de fome declarada.
O Exército israelense responsabilizou o Hamas pelo roubo dos alimentos, acusando o grupo de desviar ajuda para financiar atividades militares, sem apresentar evidências. Por sua vez, a ONU assegura a existência de mecanismos que evitam desvios expressivos da ajuda humanitária.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, parte do governo Hamas, o número total de mortos desde o início dos ataques em 7 de outubro de 2023 já ultrapassa 65.100. Estes números são considerados confiáveis por agências internacionais e especialistas independentes. O ataque do Hamas em Israel naquele ano causou cerca de 1.200 mortes, majoritariamente civis, e resultou no sequestro de 251 pessoas. Atualmente, 48 reféns permanecem em Gaza, com suspeitas de que menos da metade estejam vivos.

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