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Especialistas alertam: planos de combustíveis fósseis não combinam com metas climáticas

Os países que produzem combustíveis fósseis planejam aumentar significativamente suas extrações nos próximos anos, o que está em forte desacordo com os objetivos climáticos globais, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira (22) por diversos institutos.
Derik Broekhoff, do Instituto de Meio Ambiente de Estocolmo (SEI) e coautor da pesquisa, destacou: “Os governos, em geral, pretendem produzir muito mais combustíveis fósseis do que seria compatível com limitar o aquecimento global entre 1,5ºC e 2ºC”.
Ele também frisou que, em comparação a dois anos atrás, os países aumentaram suas previsões de produção desse tipo de energia, evidenciando uma desconexão entre as metas climáticas e as ações planejadas.
A previsão para 2030 mostra que a produção de carvão, petróleo e gás será mais do que o dobro (120% maior) do que seria permitido para manter o aumento da temperatura global em 1,5ºC, a meta mais rígida do Acordo de Paris, conforme os cálculos do SEI.
Para o limite de 2ºC, também acordado em 2015, a produção prevista ultrapassa em 77% o volume aceitável, segundo o estudo realizado em parceria com o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD) e o instituto Climate Analytics.
Desde o último estudo publicado em 2023, o descompasso entre o que é planejado em termos de produção de combustíveis fósseis e as metas climáticas internacionais aumentou.
Nos últimos anos, a China indicou uma redução menos significativa no uso do carvão, enquanto o gás natural liquefeito ganhou mais atenção.
Os pesquisadores fazem um apelo para que os países revisem seus planos antes da COP30, que ocorrerá em novembro no Brasil, para que possam modificar essa tendência.
Durante a COP28 em Dubai, em 2023, houve um compromisso global para iniciar uma transição que promova a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, cujas emissões são a principal causa do aquecimento global provocada pelo homem.
Entre os 20 maiores produtores mundiais, incluindo Arábia Saudita, Estados Unidos, China e Brasil, 17 planejam aumentar a produção de pelo menos um tipo de combustível fóssil até 2030, e 11 desses países elevaram suas estimativas de extração em comparação com as projeções de 2023.

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