Impactos da gestão Trump no financiamento do clima

As políticas implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm consequências significativas na busca pelo volume trilionário necessário anualmente para o financiamento climático, conforme destacou o presidente da COP-30, André Corrêa do Lago. O Brasil e o Azerbaijão estão colaborando em um relatório que propõe maneiras de aumentar o valor atual de US$ 300 bilhões para US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.

“Há impacto, naturalmente. Entretanto, nosso relatório apresentará instrumentos que acreditamos serem eficazes para atingir o objetivo de US$ 1,3 trilhão em financiamento climático anualmente”, afirmou ele, ontem em Nova York, em entrevista aos jornalistas.

De acordo com o embaixador, o relatório incluirá novas estratégias financeiras, como a taxação dos super-ricos, petróleo e passagens aéreas. Só a taxação sobre passagens aéreas poderia arrecadar US$ 80 bilhões, valor que supera a soma de todos os fundos atualmente voltados ao clima, ressaltou Corrêa do Lago. “Há sinais de menor entusiasmo em relação à agenda climática, mas essas dificuldades surgem porque essa pauta avançou muito”, comentou ele.

A expectativa do presidente da COP-30 é que todos os países participem da conferência. Sobre os Estados Unidos, que se retiraram do Acordo de Paris, há possibilidade de envio de uma equipe técnica. No entanto, ele comentou que não sabe se há reservas de hotel feitas em Belém para representantes enviados por Trump.