Canadá sofre grande perda na vida selvagem, revela estudo

A biodiversidade no Canadá diminuiu cerca de 10% nas últimas cinco décadas, e várias espécies enfrentam risco de extinção, conforme revelou um relatório divulgado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) nesta segunda-feira (22).

Em média, todos os grupos de espécies avaliados — incluindo aves, peixes, mamíferos, répteis e anfíbios — estão em declínio, declarou o WWF no comunicado que acompanhou o estudo “Living Planet 2025” focado no Canadá.

Embora algumas populações, como a das lontras-marinhas, apresentem sinais de recuperação, o relatório indica que 52% das populações de espécies analisadas estão em queda, incluindo a rara coruja-das-neves.

Este é o declínio mais severo registrado desde o início dos relatórios, afirmou James Snider, vice-presidente do WWF no Canadá.

De 1970 a 2022, a biodiversidade canadense sofreu uma redução de aproximadamente 10%.

Espécies consideradas em perigo global no país, como a baleia-franca-do-atlântico-norte e a tartaruga-de-couro, apresentaram uma diminuição de 43% nas suas populações, segundo o documento.

Áreas como a floresta boreal, que possuem pouca interferência humana, tiveram perdas menores, enquanto os habitats nas pradarias do Canadá foram devastados em cerca de 62%.

Em 2022, o WWF reportou uma queda global de 73% na população da vida selvagem desde 1970.

Jessica Currie, especialista em conservação que contribuiu para o estudo, ressaltou que a principal causa da perda da biodiversidade é a destruição dos habitats, principalmente devido à expansão agrícola.

O relatório também enfatiza a importância de priorizar a conservação na gestão dos recursos naturais do Canadá, destacando que o país depende economicamente desses recursos abundantes.

Como exemplo de sucesso, foram mencionados projetos para reduzir o ruído dos barcos, protegendo as baleias na costa oeste canadense.

O WWF ressaltou ainda que iniciativas para reverter os declínios populacionais fazem parte do acordo do Marco Global da Biodiversidade, firmado em 2022 durante a COP15 em Montreal.

O Canadá estabeleceu a meta de proteger até 2030, 30% de seus territórios terrestres e marinhos, além de restaurar 30% das áreas degradadas.