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Brasil mostra opções fáceis para financiar ações climáticas em Nova York

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, conduzem nesta terça-feira (23) uma conversa sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), em Nova York, Estados Unidos. Esta ação faz parte de uma programação de alto nível para mobilização climática durante a 80ª Assembleia Geral da ONU.
Além do fundo que recompensa países pela proteção das florestas tropicais, será apresentada uma proposta de parceria para mercados de créditos de carbono. Ambos os sistemas atuarão de forma integrada, recompensando nações que apresentarem resultados concretos na preservação das florestas e na captura de gases de efeito estufa.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o TFFF pretende angariar um apoio inicial de 25 bilhões de dólares de países investidores até a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em novembro, na cidade de Belém. Com este investimento inicial, espera-se captar mais 100 bilhões de dólares do setor privado nos próximos anos.
“Não é uma doação, mas uma iniciativa que segue a lógica do mercado, atraindo recursos privados a partir de investimentos públicos. Para cada dólar aportado pelos países, a expectativa é mobilizar em torno de quatro dólares do setor privado, formando um fundo fiduciário permanente. Trata-se de uma nova maneira de financiar a conservação com responsabilidade compartilhada e pensamento no futuro”, esclareceu a ministra do MMA, Marina Silva.
De forma prática, os fundos garantirão um pagamento de 4 bilhões de dólares por hectare preservado das florestas tropicais. Até 74 países poderão ser beneficiados desde que comprovem a proteção das florestas com monitoramento por satélite e direcionem 20% do valor para povos indígenas e comunidades tradicionais.
O TFFF, criado pelo governo brasileiro em 2023 e anunciado durante a COP28 em Dubai pelo presidente Lula, já tem o apoio de cinco países com florestas tropicais (Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia) e de cinco investidores potenciais (Alemanha, Emirados Árabes Unidos, França, Noruega e Reino Unido).
“Embora não seja formalmente um instrumento da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, o TFFF contribui diretamente para a redução de emissões através da conservação das florestas, preservação da biodiversidade e outros objetivos”, destacou o assessor especial de Economia e Meio Ambiente do MMA, André Aquino.
Discussões
Este diálogo sobre o TFFF é promovido pelo Brasil como parte de um evento especial de alto nível focado em ação climática que começou na segunda-feira (22) e inclui diversos debates sobre temas essenciais para acelerar medidas climáticas. Durante o evento, encontros abordarão soluções para a redução de gases do efeito estufa, adaptação às mudanças, financiamento e transparência das informações.
Os resultados e sugestões destes encontros serão divulgados na conclusão da programação, na quarta-feira (24), em um documento que apresentará recomendações para a próxima conferência climática, a COP30.

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