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Trump retorna à ONU com atenção da América Latina

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retorna nesta terça-feira (23) à tribuna da Assembleia Geral da ONU para seu primeiro discurso desde que reassumiu o cargo em janeiro, trazendo uma política externa que abalou a ordem mundial.
A América Latina observa atentamente o discurso do presidente republicano, que pretende denunciar os “globalistas”, segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Trump discursará após o secretário-geral da ONU, António Guterres, e do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, um dos líderes de esquerda afetados pela política nacionalista e tarifária de Washington.
O governo dos Estados Unidos, que aplicou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciou novas sanções contra a esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e outras medidas contra figuras do Estado em decorrência da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Trump deve se reunir em seguida com seu aliado declarado na região, o argentino Javier Milei, enquanto seu país espera apoio dos EUA para enfrentar instabilidade econômica.
Na sede da ONU, que celebra 80 anos, outros líderes buscam a atenção do presidente americano, como o ucraniano Volodimir Zelensky, que denuncia continuamente os ataques russos contra civis em seu país.
Reconhecimento do Estado da Palestina
Países como França, Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal decidiram reconhecer a Palestina como Estado às vésperas da reunião anual da ONU, apesar das críticas de Washington e Israel.
O Conselho de Segurança irá discutir a guerra em Gaza, enquanto Trump convocou líderes de países muçulmanos (Catar, Arábia Saudita, Indonésia, Turquia, Paquistão, Egito, Emirados Árabes Unidos e Jordânia) para reunião.
Defensor da doutrina “Estados Unidos em primeiro lugar”, Trump adota uma política externa bilateral. Para ele, eventos como a Assembleia Geral da ONU são ocasiões para discursos desafiadores. Nesta ocasião, segundo sua porta-voz, ele criticará as “organizações globalistas” que, em sua visão, causaram o declínio da ordem mundial.
Trump também destacará as “sete guerras” que sua administração teria conseguido encerrar.
Uso das armas contra o narcotráfico
Embora os aliados de Washington estejam surpresos e ressentidos com a retirada das instituições internacionais, a redução da ajuda internacional e as tarifas comerciais, Trump opta por usar a força para combater o narcotráfico na América Latina, com ataques eliminatórios a embarcações suspeitas de transportar drogas no Caribe.
Esses ataques geraram preocupação na região, mas Trump conta com aliados como El Salvador, que colabora estreitamente com deportações de imigrantes sem documentação.
O Conselho de Segurança também pretende discutir o conflito na Ucrânia, especialmente após recentes incursões da Força Aérea russa no espaço aéreo da Polônia e da Estônia.
O presidente ucraniano advertiu à imprensa que a demora em agir e a falta de sanções eficazes estão fazendo a situação piorar rapidamente.

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