Economia
Lula na ONU e alta do petróleo impulsionam Ibovespa

Na manhã de terça-feira, 23, o Ibovespa iniciou suas negociações estável, marcando 145.111,67 pontos, mas logo ganhou força, aproximando-se de uma nova máxima intradia. Às 11h24, o índice subiu 0,79%, atingindo 146.251,65 pontos, com um pico de 146.333,06 pontos, ficando a apenas 65 pontos da máxima registrada no dia 19, que foi de 146.398,76 pontos.
Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos, mencionou que o nível dos 147 mil pontos pode ser o próximo objetivo do Ibovespa, destacando o caráter mais tranquilo do dia. O mercado está aguardando o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, para avaliar a possibilidade e o ritmo dos cortes na taxa de juros nos Estados Unidos.
Havia uma certa apreensão no mercado financeiro quanto ao pronunciamento do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, especialmente após decisões recentes do governo dos EUA, como a extensão da Lei Magnitsky à esposa do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e a revogação do visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, e de outras autoridades.
No seu discurso na ONU, Lula fez críticas diretas, ainda que sem citar nomes, aos Estados Unidos e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, questionando a autoridade da organização e destacando que não há pacificação com impunidade.
Embora o discurso tenha sido considerado comedido, segundo o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, a situação recente das sanções americanas causou preocupação e especulações sobre possíveis novas retaliações em um contexto já tensionado pelo tarifaço.
Em meio às dúvidas sobre os impactos das punições americanas, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, recusou uma solicitação para que o deputado Eduardo Bolsonaro assumisse a liderança da minoria, o que pode ter contribuído para que o tom do discurso do governo na ONU fosse mais moderado.
Na esfera econômica, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) alinhou-se ao comunicado anterior, indicando que a taxa básica de juros, Selic, permanecerá estável por um período prolongado. O Copom destacou que, após um ciclo firme de aumentos, decidiu pausar para avaliar os efeitos. Embora haja sinais iniciais de queda na inflação, o comitê alertou que seguirá atento e poderá retomar elevações se necessário.
De acordo com o economista-chefe da Ativa Investimentos, Etore Sanchez, o Banco Central reafirmou seu compromisso em manter a inflação dentro da meta, projetando a Selic firme nos 15% ao ano até meados de 2026.
No mercado internacional, as bolsas de Nova York operam estáveis, com recordes recentes impulsionados pela queda dos juros promovida pelo Federal Reserve. O destaque do dia é o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que ocorrerá no início da tarde, bem como a divulgação dos índices PMI dos Estados Unidos.
O índice de gerentes de compras (PMI) composto dos EUA mostrou uma queda de 54,6 em agosto para 53,6 em setembro, atingindo o menor nível em três meses, superando as expectativas dos analistas que previam 54,9.
Na véspera, o Ibovespa fechou em queda de 0,52%, aos 145.109,25 pontos, impactado pelas sanções dos EUA. A extensão da Lei Magnitsky a Viviane Barci e a revogação do visto de Jorge Messias, entre outras autoridades, criou um clima de tensão no mercado brasileiro.

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