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ONU pede para Fifa e Uefa suspenderem Israel

Especialistas independentes da ONU fizeram um chamado nesta terça-feira (23) para que a Fifa e a Uefa interrompam a participação de Israel devido à sua ofensiva em Gaza, mas se posicionam contra sanções aplicadas aos jogadores israelenses.
“As organizações esportivas não podem ignorar as graves violações dos direitos humanos,” afirmaram em comunicado três relatores especiais e membros do Grupo de Trabalho sobre Empresas e Direitos Humanos.
“Seleções nacionais que representam países envolvidos em violações massivas dos direitos humanos podem e devem ser suspensas, como ocorreu anteriormente,” reforçaram.
Esses especialistas independentes da ONU consideram que suspender Israel é uma medida necessária diante do genocídio em curso.
Em 16 de setembro, uma comissão internacional de investigação da ONU acusou Israel, pela primeira vez, de cometer genocídio em Gaza desde outubro de 2023, com a intenção de eliminar os palestinos, diante da crescente condenação internacional à ofensiva realizada.
Os especialistas ressaltam que as entidades esportivas internacionais não podem se manter neutras diante de um genocídio.
Contudo, esclareceram que a suspensão deve visar o Estado de Israel e não os jogadores individualmente, evitando punições baseadas em origem ou nacionalidade.
Nos últimos dias, o ex-jogador francês Éric Cantona criticou o tratamento desigual das entidades do futebol: “Quatro dias após a guerra na Ucrânia começar, a Fifa e a Uefa suspenderam a Rússia. Agora, 716 dias depois do genocídio reconhecido pela Anistia Internacional, Israel ainda pode competir. Por que essa diferença de critérios?”
“A Fifa e a Uefa devem suspender Israel. Clubes devem recusar jogos contra times israelenses,” acrescentou Cantona.
No dia seguinte à final tumultuada da Volta da Espanha em Madri, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, também pediu a exclusão de Israel das competições esportivas enquanto durar a violência em Gaza.
Sánchez é uma das vozes mais críticas da Europa à ofensiva do governo israelense em Gaza, desencadeada em resposta aos ataques orquestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que causaram 1.219 mortes, em sua maioria civis.
A reação de Israel provocou a morte de mais de 65.000 palestinos, principalmente civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, números considerados confiáveis pela ONU.

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