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Economia

Trump e Lula se aproximam; Ibovespa alcança recorde histórico

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Sem tensões entre Brasil e Estados Unidos na Assembleia Geral da ONU, o Ibovespa atingiu pela primeira vez a marca de 146 mil pontos, renovando também o recorde intradiário ao superar os 147 mil pontos durante a sessão.

Por volta do meio-dia, o destaque foi o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao afirmar da tribuna da ONU que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva lhe parece ser um homem muito simpático e que ambos irão conversar na semana seguinte, após um breve cumprimento nos corredores das Nações Unidas, incluindo um abraço entre eles.

Trump declarou: “Tivemos uma excelente sintonia”.

Essa declaração surpreendeu diplomatas e impulsionou o Ibovespa a atingir a nova máxima histórica de 147.178,47 pontos, enquanto o dólar comercial caiu para R$ 5,2771, renovando mínimas no dia. Houve também relatos, posteriormente corrigidos, que uma conversa entre os presidentes poderia ocorrer ainda nesta terça-feira durante a ONU.

Ao fechar o pregão, o índice da B3 registrou um ganho mais moderado de 0,91%, fechando em 146.424,94 pontos, com volume financeiro de R$ 20,5 bilhões. No acumulado da semana, após duas sessões, o índice subiu 0,38%, no mês, 3,54%, e no ano já apresenta alta de 21,73%.

Trump afirmou sobre Lula: “Ele parece ser um homem muito agradável. Gostei dele e ele gostou de mim. Faço negócios apenas com pessoas de quem gosto”. O encontro, ainda que breve, causou boa impressão para o presidente americano, que destacou a “excelente sintonia” como um sinal positivo.

O encontro ocorreu após o discurso de Lula na 80ª Assembleia Geral da ONU e foi confirmado pela Presidência da República. A assessoria do Palácio do Planalto informou que o rápido encontro foi totalmente amistoso e sinalizou para futuras conversas entre os dois líderes.

Após essa aproximação, o Ibovespa permaneceu tranquilo acima dos 146 mil pontos e o dólar ficou abaixo de R$ 5,30, com o mercado comemorando o distensionamento das relações entre Brasil e Estados Unidos, apesar do desempenho misto das bolsas americanas no dia.

Destaques entre as ações do índice foram as altas de bancos, especialmente Banco do Brasil (ON +2,88%) e Petrobras ON (+2,64%). As maiores valorização ficaram com Pão de Açúcar (+4,12%), RD Saúde (+3,92%) e Localiza (+3,73%). Por outro lado, ações como MBRF (-6,72%), Braskem (-2,38%) e Lojas Renner (-2,15%) caíram. Vale ON recuou 0,57%, limitando o avanço do índice no fechamento.

Segundo Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, a ausência de tensões no discurso de Lula e a melhoria no relacionamento diplomático entre os países impulsionaram positivamente o câmbio e o mercado financeiro.

Daniel Teles, sócio da Valor Investimentos, prevê que Trump poderá iniciar negociações comerciais com o Brasil, como flexibilização de tarifas e ampliação de isenções. Essa abertura ajudou a impulsionar os mercados brasileiros na sessão.

Matheus Spiess, analista da Empiricus, destacou que a mudança de postura dos EUA e os discursos na ONU influenciaram positivamente os preços dos ativos locais.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, ressaltou que a sinalização de diálogo entre Trump e Lula gerou um dia positivo para a Bolsa, com destaque para o setor de energia, impulsionado pela alta do petróleo após quatro sessões de queda.

José Áureo Viana, sócio da Blue3 Investimentos, avaliou que o pronunciamento do presidente brasileiro, que reafirmou a defesa da democracia e criticou sanções unilaterais, aliado à postura positiva de Trump, criou um ambiente de maior estabilidade institucional e reduziu riscos diplomáticos, atraindo investimentos para ativos brasileiros.

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