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Unesco destaca necessidade de melhorar refeições escolares

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Um estudo recente divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) ressalta a urgência em aprimorar a qualidade das refeições oferecidas nas escolas ao redor do mundo. Ainda que quase metade das crianças tenha acesso a alimentação escolar, falta atenção adequada ao valor nutricional desses alimentos.

O relatório enfatiza a importância de fornecer refeições balanceadas feitas com ingredientes frescos, além de promover a educação alimentar entre os estudantes. Os dados indicam que uma alimentação escolar adequada pode aumentar as matrículas em até 9% e a frequência escolar em 8%, contribuindo também para a melhoria do desempenho acadêmico.

Além disso, há um alerta sobre a correlação entre a ausência de monitoramento e o crescimento da obesidade infantil, que mais do que dobrou desde 1990, em paralelo ao aumento da insegurança alimentar global.

A publicação intitulada “Educação e nutrição: aprender a comer bem”, elaborada em parceria com o Consórcio de Pesquisa para Saúde e Nutrição Escolar, revela que em 2022 quase um terço das refeições escolares não tiveram planejamento com nutricionistas. De 187 países avaliados, apenas 93 possuíam regulamentações para alimentos em escolas, e somente 65% controlavam a venda de produtos em cantinas e máquinas automáticas.

Lorena Carvalho, oficial de projetos do setor de educação da Unesco no Brasil, explica que a maior oferta de alimentos naturais pode ser alcançada com a valorização da agricultura familiar e das culturas locais, fortalecendo a identidade regional, fomentando a economia circular e promovendo uma alimentação saudável.

Dentre os exemplos positivos estão o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no Brasil, que restringiu o uso de alimentos ultraprocessados. Para avançar ainda mais, a Unesco defende um monitoramento público mais rigoroso. Lorena acrescenta que a legislação já limita a presença desses produtos nas escolas e que a fiscalização deve ser intensificada, destacando que alguns investimentos em alimentação escolar partem das secretarias locais e não apenas de recursos federais.

Experiências internacionais também são destacadas, como na China, onde a inclusão de vegetais, leite e ovos em escolas rurais melhorou a nutrição e a frequência escolar; na Nigéria, onde o programa baseado na produção local aumentou as matrículas no ensino primário em 20%; e na Índia, com a fortificação do milheto nas refeições escolares, que aprimorou a concentração e memória dos adolescentes.

Para os próximos anos, a Unesco incentiva os governos a priorizar alimentos frescos e locais, reduzir os ultraprocessados e integrar a educação alimentar nos currículos escolares. Em 2025, serão lançadas ferramentas práticas e programas de capacitação para gestores públicos e educadores.

Este relatório integra o Monitoramento Global da Educação (GEM), que avalia o progresso dos países em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 4), que trata da garantia de uma educação de qualidade para todos.

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