Ambipar obtém proteção judicial contra credores

A Ambipar conseguiu na Justiça uma medida cautelar que garante ao grupo de gestão ambiental uma proteção por 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 30 dias, contra ações de credores. A medida é referente a uma dívida com o Deutsche Bank, originada de um empréstimo recente de US$ 35 milhões.

Os contratos firmados pelo grupo incluem cláusulas que permitem a cobrança antecipada de até R$ 10 bilhões em dívidas junto a instituições financeiras credoras, o que afetaria as 280 empresas que compõem o grupo.

No pedido judicial, a Ambipar ressaltou que a medida é urgente para garantir a continuidade das operações e solicitou a antecipação dos efeitos de um pedido futuro de recuperação judicial, buscando resguardar o caixa da empresa.

Os contratos financeiros contêm cláusulas de vencimento cruzado, que permitem que, em caso de inadimplência em uma dívida, o credor exija a quitação imediata de todas as parcelas em aberto.

A situação tem origem em um empréstimo concedido no dia 18 de setembro pelo Deutsche Bank à Ambipar Lux, parte do grupo. Foram também firmados contratos de derivativos para proteger contra variações cambiais.

Segundo os documentos, o montante base para o cálculo da dívida em dólares atinge US$ 550 milhões. Para se proteger contra possíveis obrigações de pagamento decorrentes dos derivativos, o banco pediu garantias adicionais em dinheiro, o que levou a um desembolso de R$ 200 milhões pela empresa até o momento.

Ambipar destaca ser uma das maiores empresas de serviços ambientais do Brasil, com boa situação financeira e caixa adequado. A empresa paga cerca de R$ 500 milhões em tributos por ano e emprega cerca de 23 mil pessoas diretamente.

O grupo alerta que a aplicação da cláusula de vencimento cruzado provocaria a antecipação da dívida total para R$ 10 bilhões, o que geraria uma corrida para captar recursos e vender ativos do grupo empresarial.