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Trump afirma que não permitirá anexação da Cisjordânia por Israel

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu nesta quinta-feira (25) que não autorizará que Israel tome para si a Cisjordânia, poucos dias antes da visita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu à Casa Branca.
Em declarações ao lado de jornalistas no Salão Oval, Trump afirmou que um acordo para cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza está próximo de ser alcançado.
Estas declarações ocorreram no mesmo dia em que o líder palestino veterano Mahmoud Abbas fez um discurso na Assembleia Geral da ONU por meio de uma mensagem gravada, devido à negação dos Estados Unidos em conceder visto para sua viagem a Nova York.
Em sua fala, Abbas rejeitou qualquer participação futura do Hamas no governo da Faixa de Gaza e pediu que todos os países reconheçam o Estado palestino.
Está programado que Netanyahu faça seu discurso presencialmente na Assembleia Geral nesta sexta-feira, enquanto grupos pró-palestinos convocaram manifestações nas ruas de Nova York.
“Já foi o bastante”
“Conversamos hoje com Bibi Netanyahu e outros líderes do Oriente Médio, e estamos bem próximos de fechar um acordo sobre Gaza e quem sabe até alcançar a paz”, declarou Trump.
Durante as negociações com líderes árabes, ele garantiu que a anexação dos territórios sob ocupação desde 1967 está fora de questão.
“Isso não vai acontecer, já bastou”, enfatizou.
Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, que administra a Cisjordânia, adotou um tom moderado em seu discurso na ONU.
“O Hamas não terá participação na administração. O Hamas e outras facções devem entregar suas armas para a Autoridade Nacional Palestina”, afirmou.
Além disso, o líder palestino se distanciou completamente do ataque de 7 de outubro de 2023, realizado pelo Hamas contra Israel, e rejeitou as acusações frequentes de antissemitismo do povo palestino.
“Apesar de todas as dificuldades enfrentadas por nosso povo, condenamos o que o Hamas fez em 7 de outubro […] porque esses ataques não representam o povo palestino”, assegurou.
“Repudiamos que se faça associação entre o apoio à causa palestina e o antissemitismo”, acrescentou.
Abbas também descreveu quase dois anos de conflito em Gaza como “um dos capítulos mais terríveis dos séculos XX e XXI”.
Ele solicitou a formação de um comitê liderado pela Autoridade Palestina para governar temporariamente a Faixa de Gaza.
A Autoridade Palestina exerce controle limitado sobre partes da Cisjordânia, resultado das negociações feitas nos acordos de paz de Oslo em 1993.
Israel rejeita Estado Palestino
A Assembleia Geral da ONU iniciou na segunda-feira uma nova e significativa onda de países que passaram a reconhecer o Estado da Palestina, que até o momento é apenas uma entidade formal.
Dois dias depois, Netanyahu declarou que esse reconhecimento, feito por países como Reino Unido, Canadá e Austrália, “não obriga Israel a nada”.
Trump também se mostrou contrário a essa decisão simbólica tomada por países aliados dos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, segundo Steve Witkoff, enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Trump apresentou um plano com 21 pontos para encerrar o conflito em Gaza.
“Acredito que ele aborda as preocupações de Israel, assim como as dos países vizinhos na região”, afirmou Witkoff.
O chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, assegurou que deseja participar da reconstrução de Gaza.
“A UNRWA está presente em Gaza com 12 mil pessoas atualmente. Contrariando as expectativas, nosso pessoal continua oferecendo atendimento médico básico”, declarou Lazzarini em entrevista à AFP.
Israel acusa a UNRWA de permitir que o Hamas utilizasse suas instalações como esconderijo durante o conflito.

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