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Trump quer acordo de paz com Netanyahu sobre Gaza

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira (29) na Casa Branca para uma reunião decisiva que visa promover um plano de paz para Gaza.

Trump afirma estar muito próximo de um consenso para terminar o conflito em Gaza, libertar os reféns mantidos pelo Hamas e desarmar o grupo islamista palestino, após conversações com líderes árabes na semana passada.

“Temos uma chance real de realizar algo importante no Oriente Médio”, publicou Trump no domingo em sua rede social Truth Social. “Todos estão empenhados para algo especial. Conseguiremos!”, declarou em letras maiúsculas.

Netanyahu, entretanto, tem mostrado pouco otimismo recentemente.

O premiê israelense afirmou na sexta-feira, durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, que aceitar a criação de um Estado palestino seria um “suicídio nacional” para Israel e destacou seu objetivo de “concluir o trabalho” em Gaza “o quanto antes”.

Ele também parece hesitante em parar a ofensiva militar que visa controlar a Cidade de Gaza, de onde milhares de palestinos tiveram que sair nas últimas semanas.

Esta será a quarta visita de Netanyahu à Casa Branca desde que Trump voltou ao poder em janeiro, num momento em que o presidente enfrenta dificuldades para encerrar um conflito que afirmou resolver rapidamente.

Até agora, Trump foi um forte aliado de Netanyahu, mas recentemente expressou frustração diante de uma guerra que já dura quase dois anos.

Trump advertiu Netanyahu na semana anterior contra o plano de anexar a Cisjordânia, pedido por membros do gabinete israelense, e criticou o recente ataque contra líderes do Hamas no Catar, importante aliado dos Estados Unidos.

As famílias dos reféns israelenses apelaram a Trump para que mantenha o acordo para um cessar-fogo em Gaza.

“Pedimos respeitosamente que você se mantenha firme contra qualquer tentativa de impedir o acordo que propôs”, escreveu o Fórum das Famílias de Reféns em uma carta aberta a Trump.

“Os riscos são muito altos e nossas famílias esperaram tempo demais para que qualquer interferência possa atrapalhar esse avanço”, continuou o texto da principal organização que representa os parentes das pessoas mantidas em Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Muita pressão

O sucesso da reunião dependerá da intensidade da pressão que Trump aplicará sobre Netanyahu para que aceite um acordo ainda não aprovado por Israel nem pelo Hamas, afirmou Natan Sachs, pesquisador do Instituto para o Oriente Médio.

Netanyahu prefere seguir com a guerra e derrotar o Hamas, mas não é impossível que Trump o convença do contrário”, declarou Sachs à AFP.

“Seria necessária muita pressão de Trump, além de uma estratégia clara e consistente”.

Os dois líderes promoverão uma coletiva de imprensa às 13h15 (horário da costa leste dos EUA, 14h15 em Brasília).

Trump mostrou otimismo na semana passada após reuniões com líderes árabes durante a Assembleia Geral da ONU.

Um documento de 21 pontos para um acordo, liderado pelos Estados Unidos, começou a ser elaborado recentemente. O texto incluiria o desarmamento do Hamas, a libertação de todos os reféns e um cessar-fogo.

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair foi citado como possível líder de uma autoridade temporária para Gaza, conforme propostas dos EUA.

A chamada “Autoridade Internacional de Transição de Gaza” funcionaria com apoio da ONU e países do Golfo, antes de transferir o controle para uma Autoridade Palestina reformada.

Em seu discurso na ONU, Netanyahu rejeitou firmemente que a Autoridade Palestina, que administra parte da Cisjordânia, tenha papel no governo de Gaza, como ocorria antes do Hamas tomar o controle em 2007.

No domingo, reafirmou ceticismo quanto a reforma da Autoridade Palestina.

“Acredito que a credibilidade ou a chance de uma Autoridade Palestina reformada mudar suas diretrizes, aceitar um Estado judeu e ensinar seus filhos a viver em paz com Israel é algo improvável”, disse ao canal Fox News.

O conflito em Gaza começou após o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.219 pessoas, em sua maioria civis, segundo contagem baseada em dados oficiais israelenses.

A resposta militar israelense causou a morte de mais de 66 mil palestinos, majoritariamente civis, de acordo com números do Ministério da Saúde local, considerados confiáveis pela ONU.

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