UE e Reino Unido impõem novas sanções ao Irã por violar acordo nuclear

A União Europeia junto com os governos da França, Alemanha e Reino Unido anunciaram, nesta segunda-feira, 29, a imposição de novas sanções contra o Irã devido às infrações do acordo nuclear de 2015 (JCPOA). O Conselho da UE declarou que decidiu reativar várias restrições relacionadas às atividades de proliferação nuclear do Irã após a reativação das sanções da ONU pelo mecanismo conhecido como snapback.

De acordo com a Comissão Europeia, que é o órgão executivo da UE, as sanções incluem proibido de viagens para diversos indivíduos, congelamento dos ativos de certas pessoas e entidades, além da proibição de transferências financeiras e econômicas para os implicados.

Entre as medidas restritivas, estão bloqueios relacionados a armas, importação de petróleo, gás e petroquímicos iranianos, assim como a proibição da venda de equipamentos essenciais para os setores de energia, naval e de software. No âmbito financeiro, o Banco Central do Irã e grandes bancos comerciais tiveram seus ativos congelados, além de restrições impostas ao transporte aéreo e marítimo.

Em comunicado conjunto, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido reforçaram que o principal objetivo é assegurar que o Irã nunca desenvolva ou adquira uma arma nuclear.

Eles ressaltaram que desde 2019, o Irã ultrapassou todos os limites estabelecidos para seu programa nuclear no acordo JCPOA. De acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) datado de 4 de setembro, o país possui atualmente uma quantidade de urânio enriquecido 48 vezes superior ao limite permitido, incluindo urânio altamente enriquecido sem justificativa civil plausível.

Os representantes europeus destacaram que esforços diplomáticos foram feitos nos últimos anos, porém o avanço do programa nuclear iraniano tornou necessária a ativação do mecanismo em agosto. Eles enfatizaram que a reimposição das sanções não significa o fim do diálogo diplomático e apelaram para que Teerã evite intensificar a situação e volte a cumprir suas obrigações legais.