Centro-Oeste
Pcc suborna servidor do tjdf e enfrenta rival em guerra em Goiás

Romário Gil de Sousa Nascimento, de 31 anos, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi responsável por subornar um servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o técnico judiciário Rigel dos Santos Brito, com o intuito de obter informações confidenciais.
Romário liderava uma série de conflitos violentos contra o Comando Vermelho (CV) em Caldas Novas (GO), que resultaram na morte de ao menos 12 pessoas, segundo investigações da Polícia Civil de Goiás. Enquanto residia no Distrito Federal e fabricava provas falsas para escapar de uma tentativa de assassinato, ele orquestrava ataques contra a facção rival em Goiás.
Em 30 de julho de 2023, ele ordenou o assassinato de Welton Alves Guimarães. Pouco antes, a advogada Carla Aparecida Rufino Freitas, de 53 anos, negociava com o ex-marido para obter, por meio de um contato no TJDFT, informações sobre mandados de prisão contra Romário, incluindo dados sigilosos. O servidor do tribunal recebeu R$ 50 para fornecer essas informações.
No dia 30 de setembro de 2023, Romário foi ao Tribunal do Júri no Distrito Federal para responder pelo crime de tentativa de homicídio, que evidenciou a ligação entre o PCC e o servidor do TJDFT.
Romário atuava como executor pelo PCC e também exercia função disciplinar pela facção Amigos do Estado (ADE), aliada ao PCC em Goiás. Sob os codinomes “Galo Cego” e “Deus Proverá”, ele organizava atentados para eliminar integrantes do Comando Vermelho. Após o assassinato de Welton, comemorou o sucesso da ação em mensagens com comparsas, revelando um placar de mortes a favor de seu grupo.
A advogada, paralelamente, também manipulava a autoria da tentativa de homicídio para proteger Romário, buscando desviar a investigação.
Romário está preso no Presídio Estadual de Formosa (GO), onde seu celular foi apreendido e as conversas interceptadas revelaram o esquema envolvendo a advogada e o servidor. O servidor do TJDFT foi suspenso por 90 dias, enquanto ambos, advogada e servidor, enfrentam processos judiciais sob liberdade provisória.
A disputa entre as facções teve origem em uma desavença por um lote irregular em Sobradinho, no Distrito Federal, onde Romário atirou e feriu uma pessoa. Posteriormente, foi descoberto que ele já estava foragido por um homicídio cometido em Goiás, o que agravou sua situação legal.
O servidor do TJDFT defendeu-se alegando ter acesso apenas a informações públicas e negou ter recebido pagamentos ilícitos, atribuindo o valor aos seus débitos pessoais. A defesa argumenta também pela nulidade das provas baseadas nas conversas obtidas sem autorização judicial, afirmando que as mensagens da advogada tinham a intenção de impressionar o cliente.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal confirmou que o servidor cumpre punição disciplinar e que foram tomadas medidas para apurar o caso. Até o momento, a defesa da advogada não manifestou-se publicamente sobre as acusações.

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