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Economia

Déficit das contas públicas alcança R$ 17,3 bilhões em agosto

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As contas públicas fecharam agosto com saldo negativo em todos os níveis de governo. O setor público consolidado, que inclui a União, estados, municípios e empresas estatais, apresentou déficit primário de R$ 17,255 bilhões no último mês.

Apesar disso, houve uma diminuição no déficit comparado a agosto de 2024, quando o valor negativo foi de R$ 21,425 bilhões, refletindo um aumento das receitas maior que o crescimento das despesas.

Os dados fiscais foram divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (30). O déficit primário corresponde ao resultado negativo das contas do setor público, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida.

No acumulado de 2025, o setor público consolidado apresenta um déficit de R$ 61,792 bilhões, valor inferior ao déficit de R$ 86,222 bilhões registrado nos oito primeiros meses do ano passado.

Em setembro de 2025 — nos 12 meses encerrados em agosto — o resultado acumulado negativo chega a R$ 23,123 bilhões, equivalente a 0,19% do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Para comparação, em 2024, as contas públicas fecharam com déficit primário de R$ 47,553 bilhões, representando 0,4% do PIB.

Desempenho por esferas de governo

Em agosto, o Governo Central registrou déficit primário de R$ 15,934 bilhões, uma melhora em relação ao déficit de R$ 22,329 bilhões apresentado no mesmo mês de 2024.

A diferença em relação ao valor divulgado pelo Tesouro Nacional (R$ 15,6 bilhões) decorre da metodologia distinta adotada pelo Banco Central, que inclui a variação da dívida dos entes públicos.

Os governos estaduais e municipais contribuíram para o aumento do déficit com um saldo negativo de R$ 1,314 bilhão em agosto, enquanto no ano anterior tinham registrado superávit de R$ 435 milhões.

As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluindo os grupos Petrobras e Eletrobras, também tiveram influência negativa, com déficit de R$ 6 milhões em agosto; em comparação, em agosto de 2024, houve superávit de R$ 469 milhões.

Despesas com juros

Os gastos com juros alcançaram R$ 74,261 bilhões em agosto, um aumento de mais de R$ 5 bilhões em relação a agosto de 2024. Segundo o Banco Central, é incomum que a conta de juros apresente grandes variações negativas, pois eles são registrados conforme a competência mensal.

Um fator relevante para a dinâmica dos juros são as operações do Banco Central no mercado de câmbio, especialmente o swap cambial, que consiste na venda de dólares a futuro. Essas operações podem gerar ganhos ou perdas que impactam a conta de juros.

Em agosto de 2025, as operações de swap geraram ganhos de R$ 19,9 bilhões, reduzindo a conta de juros. Sem esses resultados, a despesa com juros teria aumentado R$ 23,5 bilhões na comparação anual devido à alta taxa básica de juros, a Selic, e ao crescimento da dívida no período.

O resultado nominal das contas públicas — a soma do déficit primário e dos gastos com juros — aumentou ligeiramente comparando com o mesmo mês do ano anterior: déficit de R$ 91,516 bilhões em agosto de 2025 contra R$ 90,381 bilhões em agosto de 2024.

Nos 12 meses até agosto, o setor público acumulou um déficit nominal de R$ 969,627 bilhões, equivalente a 7,81% do PIB. Esse resultado é levado em conta pelas agências de classificação de risco para análise do endividamento do país, fator observado por investidores.

Dívida pública

A dívida líquida do setor público, que considera o saldo entre créditos e débitos dos governos federal, estadual e municipal, chegou a R$ 7,969 trilhões em agosto, representando 64,2% do PIB. No mês anterior, esse percentual era de 63,6%, correspondendo a R$ 7,851 trilhões.

O aumento da dívida decorre do déficit nominal do mês, dos juros nominais registrados e da valorização cambial de 3,1% no período, pois o país possui dívida em moeda estrangeira, portanto um dólar mais valorizado eleva a dívida líquida.

A dívida bruta do governo geral (DBGG), que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, atingiu R$ 9,619 trilhões em agosto, ou 77,5% do PIB, um leve aumento em relação a julho, quando chegou a R$ 9,555 trilhões (77,5% do PIB).

Tanto o resultado nominal quanto a dívida bruta são indicadores utilizados em comparações internacionais para avaliar a saúde fiscal do país.

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