ONU alerta para mais de 16.000 mortes por violência no Haiti desde 2022

Desde o início de 2022, o Haiti enfrenta uma grave crise de violência que já resultou na morte de mais de 16.000 pessoas, segundo informou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk. Ele alertou que a situação pode piorar significativamente.

A situação humanitária é alarmante, com cerca de metade da população — cerca de seis milhões de pessoas, incluindo 3,3 milhões de crianças — necessitando de assistência urgente, conforme declarado por Turk em sua fala ao Conselho de Direitos Humanos.

O Haiti, conhecido como o país mais pobre das Américas, enfrenta há anos o domínio de gangues criminosas responsáveis por assassinatos, estupros e sequestros que agravaram a crise social e política.

Devido à instabilidade política prolongada, aproximadamente 1,3 milhão de pessoas foram forçadas a se deslocar internamente para escapar da violência, um recorde histórico confirmado pela ONU em junho.

Türk destacou que desde 1º de janeiro de 2022, quando seu escritório iniciou o monitoramento da violência ligada às gangues, mais de 16.000 pessoas perderam a vida e quase 7.000 ficaram feridas por violência armada.

Somente no primeiro semestre de 2025, ocorreram mais de 3.000 assassinatos, segundo dados da ONU.

Recentemente, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma iniciativa para fortalecer a missão multinacional que apoia a polícia haitiana, transformando-a numa força de combate mais eficiente contra as gangues que atuam no país. Essa decisão visa amenizar o grave quadro de violência enfrentado pelo Haiti.

Além disso, foi proposta a criação de um escritório de suporte da ONU, uma sugestão antiga do secretário-geral, António Guterres, para apoiar essas novas medidas de segurança e assistência humanitária.