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Aeroporto de Munique retoma voos após suspensão temporária por drones

O aeroporto de Munique, na Alemanha, reiniciou suas operações de voo nesta sexta-feira (3) após uma interrupção temporária provocada pela presença de drones não identificados, que causaram diversas horas de paralisação. Este evento faz parte de uma sequência de incidentes recentes que têm impactado o tráfego aéreo em várias regiões da Europa.
Nos últimos dias, países europeus estão em alerta devido ao fechamento de aeroportos na Dinamarca e na Noruega, causado pela detecção de drones em suas proximidades. Estes acontecimentos intensificam a preocupação gerada pela guerra na Ucrânia, especialmente após relatos de incursões de drones na Polônia e Romênia, bem como a quebra do espaço aéreo da Estônia por três caças russos.
A Rússia tem negado qualquer envolvimento, enquanto a União Europeia está propondo medidas para estabelecer um sistema de defesa eficaz contra drones, conhecido como “barreira antidrone”.
Durante o incidente, o aeroporto de Munique cancelou aproximadamente 30 voos, afetando cerca de 3.000 passageiros, desde a noite de quinta-feira até o início da manhã de sexta-feira, com o tráfego aéreo sendo normalizado por volta das 5h50 no horário local.
Segundo um porta-voz da companhia aérea Lufthansa, as operações foram restabelecidas, embora 19 voos da empresa tenham sido desviados ou cancelados, incluindo três com destinos de longa distância. O aeroporto providenciou acomodações temporárias, oferecendo camas dobráveis, mantas, bebidas e lanches aos passageiros impactados.
Drones foram avistados várias vezes durante a noite, resultando no fechamento das pistas por cerca de uma hora, conforme informado pelas autoridades policiais. Uma investigação foi iniciada para identificar a origem dos drones, com o apoio de helicópteros policiais, mas detalhes sobre a quantidade e os tipos dos dispositivos ainda não foram divulgados.
Defesa contra ameaças híbridas
Volodimir Zelensky, presidente da Ucrânia, alertou recentemente para o aumento das incursões com drones na Europa, interpretando-as como uma tentativa de intensificação da agressão russa no conflito que começou em fevereiro de 2022.
A Alemanha elevou seu estado de alerta após relatos de múltiplos sobrevoos de drones em áreas sensíveis, incluindo instalações militares e industriais. O ministro do Interior, Alexander Dobrindt, enfatizou a necessidade de desenvolver estratégias eficazes para neutralizar essa nova forma de ameaça, que pode incluir o abate dos drones invasores.
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, classificou esses eventos como ataques híbridos, um tipo de guerra não convencional, e identificou a Rússia como a principal ameaça à segurança europeia. Moscou, por sua vez, rejeitou veementemente as acusações e criticou a Europa por estimular uma “histeria” que justificaria o aumento dos gastos militares.
Em resposta, os 27 países membros da União Europeia se reuniram em Copenhague para discutir o fortalecimento das defesas contra drones, propondo a construção de uma barreira de proteção. Os Estados Unidos apoiaram a iniciativa enviando sistemas de defesa antidrone para a Dinamarca.
A Otan aumentou a vigilância na região do Báltico em consequência desses eventos e segue monitorando atentamente o espaço aéreo para evitar futuros incidentes.

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