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Governo dos EUA continua parado após impasse no Senado

A paralisação administrativa nos Estados Unidos vai persistir na próxima semana, depois que uma nova votação no Senado, realizada nesta sexta-feira (3), não resultou em acordo. As divergências entre democratas e republicanos permanecem intransponíveis.
Os republicanos, que têm maioria na Câmara, não conseguiram obter o apoio necessário dos democratas para aprovar um projeto que prorrogaria o orçamento até 21 de setembro.
Apesar de possuírem 53 das 100 cadeiras do Senado, os republicanos precisam de 60 votos para aprovar a proposta orçamentária. Apenas um democrata votou a favor, enquanto um republicano se absteve.
Desde quarta-feira, quando o ano fiscal nos EUA terminou e o Congresso não conseguiu prorrogar oficialmente o orçamento, agências federais e cerca de 750.000 servidores públicos estão sem receber salários.
A possibilidade de uma nova reunião do Senado neste fim de semana foi descartada devido à ausência de consenso.
Andrew Koneschusky, ex-porta-voz do senador Chuck Schumer, líder da minoria democrata no Senado, alertou: “É provável que esta paralisação dure semanas, e não apenas poucos dias”.
Projetos divergentes
Os republicanos desejam que os democratas apoiem uma prorrogação orçamentária de curta duração, como ocorreu nas 13 ocasiões anteriores desde que Joe Biden assumiu a presidência.
Eles apresentaram um projeto sucinto de 24 páginas, enquanto os democratas propuseram uma versão própria, com mais de 60 páginas, que inclui a revogação completa dos cortes nos subsídios de saúde pública implementados pelo governo de Donald Trump em julho.
Os republicanos alegam que os democratas querem manter esses fundos para apoiar imigrantes irregulares, o que os democratas negam.
No centro da controvérsia está o chamado Obamacare, sistema complexo de saúde pública que atende cerca de 50 milhões de americanos.
O modelo atual, ampliado durante a pandemia de covid-19, expira no fim do ano, e os custos dos planos de saúde podem aumentar significativamente a partir de janeiro.
Nas semanas seguintes, os republicanos pretendem debater os subsídios e impedir o benefício a imigrantes em situação irregular, mas os democratas exigem primeiro anular as medidas de Trump aprovadas em sua administração e recomeçar as negociações do zero.
Falta de dados econômicos
O Departamento do Trabalho não divulgou nesta sexta-feira o relatório fundamental sobre o mercado de trabalho devido à paralisação.
Além disso, outras publicações econômicas previstas para esta semana foram adiadas, como o número de pedidos de seguro-desemprego, privando líderes governamentais e do setor empresarial de informações cruciais para suas decisões.
A economia americana conta temporariamente com indicadores privados para substituir esses dados oficiais.
Chuck Schumer acusou os republicanos: “Eles querem elevar os custos dos planos de saúde para as famílias americanas a níveis escandalosos”.
Por sua vez, o líder da maioria no Senado, John Thune, afirmou nas redes sociais que Schumer enfrenta forte pressão da ala radical esquerda de seu partido para confrontar o presidente Trump.
Trump tem participado da disputa com mensagens irônicas e imagens depreciativas dirigidas aos líderes democratas, como montagens mostrando Schumer dentro de um sanduíche e o líder da minoria democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, usando um chapéu tradicional mexicano.
Simultaneamente, o republicano, que não pode mais concorrer à reeleição presidencial, reuniu-se na quinta-feira com o chefe do Escritório de Orçamento da Casa Branca, Russell Vought, para analisar cortes permanentes na força de trabalho federal, o que pode desencadear um grande impacto político.

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