Dólar pode cair para R$ 5, afirma economista Fernando Honorato

O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, afirmou que o dólar deve se aproximar de R$ 5 nos próximos meses, em vez de alcançar R$ 5,50. Essa previsão está ligada à fraqueza continuada da moeda americana no cenário global.

Durante um evento da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) em São Paulo, Honorato declarou: “Acredito ser mais provável que o dólar fique próximo ou até abaixo de R$ 5 nos próximos seis a nove meses, do que chegar a R$ 5,50”.

Ele também explicou que cerca de 70% da valorização do real desde o início do ano está relacionada à faiblesse do dólar no mundo.

Fernando Honorato ressaltou que, mesmo com o aumento do déficit externo, o real está mantendo sua valorização. Se o real acompanhasse as variações do dólar globalmente, o dólar estaria cotado a R$ 4,60. E se seguisse países emergentes com características parecidas com as do Brasil, estaria a R$ 4,90.

Honorato expressou uma visão crítica sobre a ideia de uma moeda única para os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), considerando-a uma proposta ruim da qual o Brasil deveria evitar.

Ele também comentou que a instabilidade política e econômica dos Estados Unidos tem levado países da América Latina a uma maior aproximação com a China.

Segundo o economista, a combinação de atividade econômica mais lenta e um câmbio estável deve ser o sinal para o início da redução da taxa de juros básica, a Selic.

Fernando Honorato afirmou ser improvável que a inflação no Brasil alcance a meta atual de 3%, devido ao alto gasto público e estímulos à demanda por parte do governo.