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Economia

Diálogo sigiloso entre Lula e Trump foi planejado uma semana antes

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O governo brasileiro foi informado pela Casa Branca, com uma semana de antecedência, sobre a possibilidade de uma ligação entre Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira.

O agendamento da conversa entre os líderes permaneceu em absoluto sigilo, inclusive entre os assessores mais próximos de Lula no Palácio do Planalto.

A estratégia inicial foi compartilhar essa previsão apenas com os ministros integrantes da comissão responsável pela negociação sobre o tarifaço com os Estados Unidos, incluindo o chanceler Mauro Vieira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

O Planalto considerou crucial que a data da conversa fosse mantida em segredo absoluto.

As equipes diplomáticas dos dois países estimavam que a troca de ideias durasse entre 30 e 40 minutos, prazo que orientou o planejamento da abordagem que Lula utilizaria com Trump.

As negociações para viabilizar a ligação ocorreram durante a semana anterior, envolvendo representantes do Itamaraty e assessores do gabinete presidencial.

Lula desejava estar acompanhado na ligação por Haddad, Mauro Vieira e Alckmin, além do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e do assessor especial Celso Amorim. No lado americano, não foi informado se Trump contou com assessores durante a chamada.

Mesmo com ministros presentes, apenas os presidentes Lula e Trump participaram ativamente da conversa, que foi realizada da Casa Branca e atendida no Palácio da Alvorada.

Lula iniciou a ligação fazendo referência ao discurso de Trump na ONU, no qual o americano mencionou uma “boa química” entre os dois, para criar um ambiente amigável desde o começo. Ao solicitar o fim das sanções americanas contra brasileiros, como a suspensão de vistos e as penalidades da Lei Magnitsky, Lula evitou mencionar nomes específicos.

Durante toda a conversa, conforme relatos dos apoiadores, não foram citados o ministro Alexandre de Moraes, do STF, alvo das sanções, nem o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo julgamento influenciou as medidas americanas contra o Brasil.

Lula também reforçou a importância de um encontro presencial entre ele e Trump, sugerindo três possibilidades: na Malásia, no final do mês, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN); na COP 30, em novembro, em Belém; ou uma visita oficial aos Estados Unidos.

O presidente americano respondeu que suas equipes coordenariam o melhor formato para o encontro.

Após a preparação na semana anterior, os assessores aprimoraram os detalhes do briefing para Lula durante o fim de semana em Brasília, enquanto o presidente passou o sábado e o domingo em São Paulo, onde participou de eventos sociais e familiares.

Pessoas próximas a Lula relataram que ele se mostrou tranquilo nos últimos dias, enfatizando que ambos os líderes são homens maduros de grandes democracias, e que é natural que defendam os interesses de seus países.

No cronograma oficial divulgado pelo Palácio do Planalto, às 10h estava previsto um compromisso do chefe do Gabinete Pessoal do Presidente, Marco Aurélio Marcola. Internamente, entre um grupo maior de assessores, já se tinha a certeza da conversa entre Lula e Trump para a segunda-feira.

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