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Economia

BC: inflação ficará fora da meta do Focus até 2028, diz Galípolo

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Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, revelou nesta segunda-feira que a inflação está prevista para ficar fora da meta em todas as projeções do Boletim Focus, que coleta as expectativas do mercado, até 2028.

Ele participou de um evento promovido pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso (FHC) em São Paulo (SP).

No boletim desta semana, o mercado reduziu a previsão da inflação para 2025 para 4,8%, ainda acima da meta de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Galípolo declarou: “Não vemos a inflação dentro da meta em nenhum dos prazos, nem até 2028, conforme as expectativas do Focus. O Banco Central tem suas próprias projeções e processos institucionais para incorporá-las, mas essa situação é certamente preocupante para nós.”

Ele destacou que 45,1% dos itens do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentam inflação acima de 3%, uma queda em relação aos 78,4% registrados em abril, indicando uma concentração maior da inflação em setores específicos.

Isso demonstra que, apesar da inflação geral ainda estar alta, o aumento dos preços está concentrado em determinados bens, o que está relacionado à reversão da desvalorização do real. No entanto, os preços de serviços e outros componentes ligados a fatores cíclicos continuam elevados, dificultando o alcance da meta.

Embora a taxa Selic esteja em 15%, o presidente do BC ressaltou que a economia permanece resistente, porém com um crescimento mais lento. Ele também mencionou que o mercado de capitais está forte, com emissões primárias superando as expectativas para 2024.

Galípolo afirmou que parte do crescimento econômico recente vem do aquecimento no mercado de trabalho, com desemprego em níveis baixos históricos e aumento da renda, o que amplia o consumo. Contudo, esse crescimento não está relacionado a ganhos de produtividade, mas sim à maior demanda por insumos para produção.

“Provavelmente temos o mercado de trabalho mais dinâmico dos últimos trinta anos”, disse ele.

Ele reafirmou a importância de promover o crescimento econômico com ganhos de produtividade para evitar pressões inflacionárias futuras.

Galípolo também avaliou que o Banco Central será mais eficaz para o país quanto mais suas decisões forem baseadas no marco legal e institucional da política monetária, e menos dependerem da pessoa que esteja na presidência da instituição.

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